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Wander Melo Miranda é eleito para a AML

 

 

O escritor Wander Melo Miranda foi eleito nesta segunda-feira (7), com 32 dos 37 votos, o sexto sucessor da cadeira número sete da Academia Mineira de Letras (AML). Também concorreram Paulo Fernando Silveira, jurista e escritor de Uberaba, e Paulo Paranhos, escritor de Caxambu. Antes ocupada por Ricardo Arnaldo Malheiros Fiuza, que faleceu em 22 de junho de 2019, a cadeira número sete foi fundada por Avelino Fóscolo, tendo como patrono Luís Cassiano.

 

A literatura é um farol. Gosto muito da definição Ricardo Piglia (escritor argentino, falecido em 2017): literatura é o manual de sobrevivência em tempos difíceis. A literatura nos dá força e coragem para enfrentar as dificuldades do presente”, considera o novo catedrático. Na avaliação de Wander, é o caso do momento brasileiro. “O país está retrocedendo e as pessoas ligadas às artes e literatura têm de estar atentas. A cultura define uma nação.

Como bem colocou Fernanda Montenegro, um país sem cultura e arte é apenas uma fronteira, não uma nação”, disse Wander.

 

 

Ao comentar o resultado da eleição, Wander considerou a Academia Mineira de Letras uma instituição centenária, que representa a literatura de Minas, uma das mais importantes do Brasil. Ao repercutir o resultado, o presidente da AML, Rogério Faria Tavares, afirmou: “Com a chegada de Wander Melo Miranda, a Academia ganha intelectual de reputação nacional, respeitado também fora do Brasil, com carreira acadêmica sólida e autor de vasta obra na crítica e no ensaio”.

 

Wander Melo Miranda é professor aposentado de Teoria da Literatura e Literatura Comparada na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e professor emérito da Faculdade de Letras da UFMG. Foi diretor da Editora UFMG (2000-2015) e também pesquisador 1A do CNPq, com pesquisa sobre Literatura e Biopolítica.

 

Foi professor visitante nos EUA, na Argentina, na Itália, no Uruguai e em diversas universidades brasileiras. Autor de "Os olhos de Diadorim e outros ensaios" (Cepe Editora, 2019); “Corpos escritos: Graciliano Ramos e Silviano Santiago” (Edusp, 1992; 2ª ed. 2009; trad. chilena:“Cuerpos escritos”. Santiago: Arcis, 2002), Graciliano Ramos (PubliFolha, 2004) e “Nações literárias” (Ateliê, 2010).

Organizou o volume “Narrativas da Modernidade” (1991) e coorganizou “Crítica e coleção” (2011), entre outros. Traduziu “Noturno indiano”, de Antonio Tabucchi (1991; tradução revista, 2012), “Ângelo”, de Luchino Visconti (1993), “Antiafrodisíaco para o amor platônico”, Ippolito Nievo (2015) e “Bios, biopolítica e filosofia”, de Roberto Esposito.

 

GRACILIANO RAMOS Atualmente, trabalha na biografia de Graciliano Ramos para a Companhia das Letras e organizou, junto a Reinaldo Marques, toda a obra em prosa e verso de Henriqueta Lisboa, para a editora Peirópolis, com publicação programada para 2020. No próximo dia 19, Wander lançará, pelo nosso selo literário, "Os olhos de Diadorim", obra em que investiga as reinvenções pelas quais passaram as críticas literárias e as literaturas de autores do século20.

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