Família grande é assim: aos poucos, as gerações vão aumentando, os mais velhos vão embora e fica difícil ter maiores relacionamentos com os novos. Outro dia, recebi e-mail sobre uma exposição de fotografias e lançamento de livro que seria realizado ontem. A autora é Helena Teixeira Rios. Encasquetei que devia ser minha parente e tanto futuquei que descobri: ela é neta de um primo querido, Carlos Martins Teixeira (que foi, enquanto viveu, médico e amigo de JK) e filha de Carlos Elísio Teixeira, que já se foi também. Só que podem acreditar: o que me chamou a atenção foi o diferente de suas fotos, numa época em que a cópia e a repetição são comuns. E ao telefonar para ela, descobri o parentesco e uma outra informação: na realidade, ela começou seu percurso na vida cultural criando mobiliários bem diferentes.
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Trata-se de um território político e religioso desafiador aos fotógrafos interessados por esses cenários de paisagem-história. Na atmosfera cúmplice de seu ateliê, Helena percebeu que as fotografias obtidas em Israel eram como uma argila a ser modelada. Percebeu que se fazia necessária uma ação de intervenção para torná-las uma instância visual e narrativa capaz de expressar suas emoções experimentadas naquele território. Por meio de distintas técnicas, as fotografias foram sendo transfiguradas até transbordar em outro dinamismo pelo emprego de camadas de tintas.
A ocupação do espaço da Funarte – Rua Januária, 68, Praça da Estação, Centro – se deu através da premiação do edital Paralelos Artes Visuais Funarte e tem curadoria de Eder Chiodetto e Fabiana Bruno.
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