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Virada Cultural 2019: Carrinhos de rolimã lotam avenida em BH

Ivan Drummond/EM/D.A.Press - Foto: Mãe e filho se divertem com carrinho de rolimãUma das mais divertidas atrações da Virada Cultural atraiu um bom público até a Avenida Assis Chateaubriand, no quarteirão em frente à TV Alterosa, uma descida, dedicada ao Espaço Rolimã. Famílias inteiras não só passaram por lá, mas também experimentaram andar de carrinho de rolimã. Para pais e avós, foi uma oportunidade de fazer uma volta ao passado, ao tempo da infância, pois, nos idos dos anos 1960, 1970 e 1980, esse era um esporte dos mais praticados em Belo Horizonte.
 
Prova de que o belo-horizontino segue gostando do carrinho de rolimã é o fato de que, hoje, um competidor nascido na capital mineira, Lucas Pinheiro, de 31 anos, operador de máquinas, é o campeão brasileiro da principal categoria competitiva da modalidade, FLX (Força Livre Extreme) – as outras categorias que são disputadas são a RT (Rolimã Tradicional) e RR (Rolimã Rolamentado).
 
Lucas estava no Espaço Rolimã, na manhã deste domingo (21), mas não pôde andar, por estar com o pé direito fraturado. “Foi há 45 dias, no trabalho. Mas não podia perder isso. Andar aqui, nesta avenida, sempre foi um desejo. Mas, como não posso vir para curtir, vim apoiar o movimento do carrinho de rolimã.”
 
Quem não pôde correr assistiu ao movimento - Foto: Ivan Drummond/EM/D.A.PressO evento mostrou ainda que a modalidade não ficou esquecida no tempo.
Para se ter ideia, hoje, existem em BH nada menos que 20 equipes.
E também tem gente que vive da rolimã, como é o caso de Walace Eustáquio dos Santos, de 52 anos, que é conhecido por todos os praticantes como “O Engenheiro da Rolimã”.
 
O apelido se dá porque ele, desde menino, trabalha com carrinhos de rolimã. “Eu era menino e já fabricava carrinhos, que vendia ou trocava com amigos. Recebia bolas, refrigerantes, ou, às vezes, dinheiro.”
 
Ontem, Walace chamou a atenção não só por ajustar carrinhos, mas por um protótipo, o trator de rolimã. Com pedal, para descer a pá, uma manivela para movimentá-la, um câmbio de freio e um volante hidráulico, era o objeto de desejo de praticamente todos que lá estavam. “Eu empresto para que desçam. A gente tem quem traga de volta para o ponto de partida.”
 

Outro que também chamou a atenção foi Ricardo Acácio, de 56 anos, que é o fundador da equipe General da Rolimã. Sem parte da perna direita, perdida em função de um câncer ósseo, ele dedica sua vida ao carrinho.
Mesmo com prótese, ele anda de carrinho. Ontem, levou nada menos que 20 carrinhos para emprestar para quem quisesse.
 
“Aqui é um espaço que tem de ser usado para difundir o nosso esporte, carrinho de rolimã. É algo muito saudável. Existem, hoje, em Belo Horizonte, competições de bairros, além do Campeonato Mineiro e do Brasileiro. Além disso, todas as terça-feiras levo os carrinhos para a Esplanada do Mineirão. Todos são emprestados para o público”, disse.
 
O espaço serviu também para apresentação do carrinho para os mais novos. É o caso da arquiteta Carina Andrade, de 39 anos, que estava com o filho Dario, de 5. “Eu andava quando era menina.
Vim para matar as saudades e também para apresentar ao meu filho. Queria que ele conhecesse. E já se apaixonou.”
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