Com as primeiras 12 horas de eventos e música de qualidade já vencidas, o coração de Belo Horizonte continua pulsando no ritmo da Virada Cultural neste domingo. Com a feira de arte e artesanato da Avenida Afonso Pena como atração paralela, a programação segue como principal opção para quem passa pelo hipercentro da cidade até as 19h de hoje. Se a primeira parte reuniu os sucessos de Daniela Mercury, Moraes Moreira e a união entre da banda Chama o Síndico e Fernanda Abreu como principais atrações, a etapa complementar conta com as participações do coletivo Lá da Favelinha e do rapper Djonga, ambas marcadas para a Praça da Estação, a partir das 15h30 e 19h, respectivamente.
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Virada 2019: Daniela Mercury rebate Bolsonaro e homenageia Nordeste em show em BH Virada 2019: Grupo drag The Pulso in Chamas une música pop e mensagem política Confira o que está rolando pelos palcos da Virada Cultural de BH e a programação completa deste domingoExposição de José Luiz Pederneiras registra a destruição da naturezaNo primeiro tempo da Virada, mesmo com o clima frio o público não deixou de aproveitar e ocupou os diversos cantos da cidade a partir do início da noite de sábado para curtir música, dança, cinema, para andar de bicicleta – e até mesmo para rezar, embora nesse caso o evento não constasse da programação oficial, antes pelo contrário.
Já em um dos shows mais esperados da Virada, no Palco Guaicurus, uma multidão esperava pela apresentação do músico Marcelo Veronez com o lendário Odair José. “Eu me senti em casa ao saber que iria tocar aqui, pois no início da carreira, quando tocava muito na noite, convivia com muitas prostitutas”, disse Odair.
O artista, convidado por Veronez, cantou cinco músicas, entre elas, o seu maior sucesso – É claro que eu vou tirar você desse lugar – quando o público soltou a voz. O artista mineiro subiu ao palco às 21h em ponto e manifestou apoio à Academia TransLiterária, que foi impedida de realizar a performance Coroação de Nossa Senhora das Travestis. A peça, que ocorreria no Espaço Rio de Janeiro, foi cancelada pela prefeitura, na sexta-feira. Veronez condenou a decisão e disse que ela “não dá oportunidade de as pessoas conheceram para poder discutir”. Ao subir ao palco, suas primeiras palavras foram: “Que Nossa Senhora das Travestis esteja conosco”.
Já no Palco da Virada, na Praça da Estação, o público se divertiu ao som de Daniela Mercury e Chama o Sindico.
Marcada pelo engajamento político, a banda, na música Na terapêutica do grito, convocou o público a gritar em protesto à opressão das minorias. "É o grito das mulheres, ocupações urbanas, LGBTs... Armas, não!", gritou a percussionista Nara Torres.
A temática, aliás, foi abordada em várias apresentações.
Já quem passava pela Praça Sete, em vez de se deparar com shows de artistas reconhecidos, era surpreendido por um grupo dando piruetas no asfalto, outra subindo na grade e até em cima do monumento do Pirulito. Eram os dançarinos da companhia de dança Mário Nascimento, que se apresentava no Palco Rio de Janeiro e explorava todo o entorno em sua performance.
A também bailarina Luciana Lanza, de 34 anos, assistiu à apresentação extasiada. "É uma sensação de liberdade que te tira do lugar-comum. De repente, tem uma pessoa na grade e a vontade é chegar mais perto, como se estivessem chamando todo mundo a fazer arte", diz.
Reação religiosa contra performance polêmica
Se em vários espaços da cidade o que chamava a atenção eram os shows e agitos da Virada Cultural, quem passou em frente a Igreja de São José, no Centro da capital, assistiu a um grupo de fiéis que rezava e cantava louvores em frente à imagem de Nossa Senhora de Fátima. O ato foi uma reação à performance Coroação da Nossa Senhora das Travestis, que deveria acontecer no local. A peça foi cancelada na sexta-feira, véspera do início do evento, por determinação do prefeito Alexandre Kalil (PSD), após protestos de entidades católicas, que consideraram a apresentação do coletivo TransLiterária uma blasfêmia.
De acordo com Caio Bellote, presidente do Instituto São Frei Galvão, as pessoas se reuniram em protesto. “É um ato de desagravo em reparação às blasfêmias que ocorreriam aqui, com o apoio da prefeitura, do senhor secretário de Cultura, Juca Ferreira, onde seria coroado um homem como Nossa Senhora numa procissão sacrílega, indo contra o artigo 208 do Código Penal, que protege o culto.
Houve, no entanto, desentendimentos entre os participantes que convocaram o ato, quanto à sua possível conotação política. O representante de um grupo de fiéis chegou a ter uma altercação com o líder de um outro grupo. A discordância girava em torno da presença de políticos no local e da possibilidade de que uma manifestação de fé religiosa pudesse ser usada para atingir outros fins.
O cortejo da TransLiterária começaria em frente à Igreja de São José e seguiria até o quarteirão fechado da Rua Rio de Janeiro. No palco em que estava previsto o evento, não houve nenhuma manifestação contrária ao cancelamento no início da Virada Cultural 2019. A orientação dos militantes LGBTQI é de que apoiadores do movimento leiam a oração da "Nossa Senhora das Travestis" durante suas apresentações.
Os fiéis que rezaram no horário já haviam marcado a vigília na porta da igreja, como forma de repudiar a coroação. "Decidimos manter (o ato) para agradecer e mostrar que os católicos estão mobilizados contra algo que fira o sentimento religioso", disse um dos organizadores, o advogado Giovanni Costa, de 24. Costa afirmou que os católicos respeitam as pessoas trans, mas se sentiram "agredidos com o tom da coroação"
E a nave não pousou...
Vira virou
Hoje na Virada CulturalPalco Acaiaca Rock
Avenida Afonso Pena, 867, Centro
6h10 Reverb All Stars (rock instrumental)
7h40 Irene Dias (rock e blues)
9h40 Débora Coimbra
10h40 Bonnie & Clyde
12h Daniela Godoy
13h30 Maria Pretinha
14h40 Mosh Lab
16h Lorena Amaral
17h20 Cabeto e Banda
18h35 Somba e Água Fresca
Palco Estação
Avenida dos Andradas, nº 201, Centro
12h45 Danças Urbanas
13h Baile da Serra nas Quebradas
15h30 Lá da Favelinha – Disputa nervosa
17h Atttooxxá Lá da Favelinha
19h Djonga
Palco Praça Sete
Rua Carijós, 218, Centro
7h Mônica Horta
10h Senta a Pua
11h Show Yvan Correa
12h Dolores 602
14h Danilo Reis e Rafael
16h Velha Guarda do Samba de BH
17h20 Grupo Tradição
18h50 Grupo Teresa
Palco Parque
Avenida Afonso Pena, 1.377
8h Márcio Vesoley
9h30 Sílvia Negrão
10h Berenice e Sorian
11h30 História da arca
12h30 Disco de Pelúcia
14h Na Conchinha de Cascudo
15h30 MC Elis
16h40 Mari e Celi estão na cidade
18h10 Amos – Banda da Polícia Militar
Palco Festas
Rua da Bahia, 10
10h @bsurda (festa LGBT)
Palco Viaduto
Rua Aarão Reis, 542, Centro
6h João Paiva MC
7h Cafa Sorridente
7h10 Samora N'Zinga
8h20 Cru
8h20 Abu e Cizco
9h30 Zulu
10h30 Suasória
11h40 Azizi MC
15h50 Laura Sette
14h Ufologiks A Abdução
Espaço Cinema
Avenida Afonso Pena, 1.377
Torre Festival Múmia
Palco Coreto
Avenida Afonso Pena, 1.377, Centro
8h30 Contação de histórias
9h Banzé
9h15 Shaab Forró Árabe
9h25 Nós na dance
9h35 Tribais
9h45 Numa boa
9h55 Funk, Pop, Iza Pesadão, Ginga e Rebola
10h05 Comunidade Zumba
10h25 Monstrinhos da Honorina
10h25 Robôs
10h35 Grupo Minnaz
10h45 Coreografia My Way – A mi manera
10h55 Max Lisboa – “Na Lama”
11h10 Tawewondance – A arte de lutar dançando
11h25 Flores do Oriente
11h40 Nostalgia
11h50 Danças Urbanas do PEA
13h Dança Urbana – Inside
13h30 Grupo Explosive Dance
13h45 Filhas da terra
14h20 Grupo de Teatro Sementes CRPI
14h55 Espetáculo “Uma cidade bem legal”
15h55 Olha isso daqui, Menina!
17h15 Circo Marimbondo Show
19h Companhia de Dança do Palácio das Artes “Nuvem de Barro”
Forró Sound System – 24 de Baile
Rua Tupinambás, 115 – Centro
*Estagiária sob supervisão do editor Roney Garcia.