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Virada 2019: Daniela Mercury rebate Bolsonaro e homenageia Nordeste em show em BH


Em um dos shows mais esperandos da Virada Cultural de BH, Daniela Mercury aproveitou para tocar em assuntos importantes e rebater preconceitos. Ela abriu a apresentação na Praça da Eastação com Coração civil, de Milton Nascimento, mas um dos principais momentos foi quando a cantora baiana homenageou o Nordeste, em resposta à declaração recente do presidente Jair Bolsonaro, que usou o termo historicamente pejorativo 'paraíba', para se referir aos governadores da região, em conversa com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.


 
Daniela citou vários artistas nordestinos e disse "salve o povo do Nordeste, salve o povo brasileiro e todos os brasileiros que amam esse lugar", antes de cantar Paraíba, de Luiz Gonzaga. Veja como foi:

Na última sexta-feira, o presidente se preparava para conversar com jornalistas, durante café da manhã no Palácio do Planalto, e aparentemente não sabia que o microfone que usava para que a conversa fosse transmitida pela internet já captava áudio. Foi possível ouvir o presidente dizendo ao ministro: “Daqueles governadores de 'Paraíba', o pior é do Maranhão. Não tem que ter nada com esse cara”, disse Bolsonaro. Depois de um trecho incompreensível, Bolsonaro ainda usou a expressão “picaretas”.
 
Daniela Mercury também defendeu os direitos da população LGBT. A crítica da artistas era tão precisa quanto seus passos coreografados. Ela dançou, cantou e deu o recado  nos versos "Eu sou a rainha má. Eu e ela, ela e eu". Em outro momento, a artista disse: "Que bom que a gente conseguiu criminalizar a homofobia, mas queria dizer que tem famílias maravilhosas compostas por filhos de mulheres, de homens, trans, que o mundo não é binário" e reivindicou o nome das duas mães ou dos dois pais nos  documentos de crianças de casais homoafetivos.  "Minha filha menor, com a Malu, merece ter o nome das mães. Eu não sou pai, eu sou mãe. Respeite as nossas famílias, com a sua diversidade", afirmou.

Em Samba presidente, se opôs novamente a Bolsonaro. Na homenagem ao Ilê ayê, honrou os negros e saudou "todos que lutam contra o racismo. O povo negro quer exuberar, como os LGBTs", disse. Por mais de uma vez, disse que ama a liberdade e pediu um "Salve à arte". 


 
Por fim, a estrela da noite ainda destacou o carnaval de BH, elogiando grupos locais, como o bloco feminista Sagrada Profana e o Chicas, além do Clube da Esquina. Ela pediu para ser convidada para cantar no carnaval. "Vocês vão me chamar pro Carnaval de BH?".
 
Se depender da convidada da noite, a sambista Aline Calixto, a resposta é sim. Em sua participação especial, a cantora mineira interpretou o hit Rapunzel ao lado da baiana e fez um apelo: "Estou aqui agora para registrar um pedido para o prefeito Alexandre Kalil: Bora trazer Daniela Mercury para o carnaval de BH!", conclamou Calixto. Daniela disse que vai acender sua velas do candomblé para o pedido se concretizar. "Desde que começaram estou sonhando em vir pra cá", reforçou.
 
O show se encerrou com o sucesso O canto da cidade, depois de mais de duas horas e meia de música e dança, acompanhadas pela multidão.  
 
Veja algumas fotos do show: