Sibito baleado é uma expressão que se refere a uma pessoa muito magra ou de pernas finas. É também o nome popular de um pequeno e frágil pássaro do Nordeste, semelhante ao bem-te-vi. Na adolescência, Sérgio Roberto Veloso de Oliveira ganhou o apelido de Siba (corruptela de sibito) por sua magreza. “Acabou pegando, mas ainda tem gente que me chama pelo nome”, diz o poeta, cantor e compositor pernambucano, que encerra neste sábado (15) a terceira edição do Ciclo de Literatura Contemporânea, realizado em BH com o tema “O circuito e a margem”.
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Siba finaliza seu próximo projeto, batizado de Coruja muda, que chega ao mercado em julho. O artista diz que só quem ouvir a música vai entender do que se trata.
CULTURA POPULAR Há 22 anos, entre idas e vindas, o cantor e compositor mora em São Paulo. Sempre teve uma casa, um quarto ou “quartel-general” na capital paulista, mesmo na época em que residia em Recife ou no interior. No entanto, Pernambuco nunca deixou de estar presente em sua vida e em sua obra. “A gente só deixa de ser quem é quando quer. E esse nunca foi meu caso.” Sobretudo quando integrou a extinta banda Mestre Ambrósio, Siba procurou valorizar manifestações populares pernambucanas, como a ciranda e o maracatu.
Ele lamenta o pouco destaque que essas tradições têm no país.
Siba está pessimista em relação ao futuro do país. “Vim de um tempo em que era natural que o Brasil melhoraria, que éramos o país do futuro, em progresso e que a democracia estava fortalecida. Isso já estava consolidado no nosso discurso.” No entanto, o curso da história não seguiu exatamente esse rumo, na avaliação dele. “Não vejo necessariamente a luz no fim do túnel. É necessário, mais do que nunca, um esforço de combate a essas forças retrógradas e reacionárias que impedem a livre movimentação de ideias e de identidade deste país que é tão bonito. O que foi feito em apenas poucos meses é muito sério e não sabemos quanto vai durar a bizarrice desse governo. O dano já é grave e recompor isso vai ser complicado.”
Encerramento do Ciclo de Literatura Contemporânea
Neste sábado (15), às 11h, com Siba e banda, no Museu de Arte da Pampulha (Avenida Otacílio Negrão de Lima, 16.585, Pampulha. (31) 3277-7996).