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Um dos destaques é o ciclo de paisagens de montanhas, outro do Vale do Rio Doce e da Serra do Cipó, além de parques. “Uma série de artistas famosos visitaram meu ateliê, como se estivessem em minha casa. Confesso que gosto de misturar artistas que aprecio”, conta. A mostra é um resumo de tudo? Yara crê que não. “Falta ainda muita coisa, mas traz obras desde 1957. Portanto, proporciona a visão ampla da produção de uma artista”, observa.
Embora a galeria seja espaçosa, ela teve de abrir mão de 15 pinturas. “Elas eram de colecionadores.
Artista premiada, Yara é natural de Montes Claros, no Norte de Minas, e se formou em artes plásticas em Belo Horizonte. Foi aluna de Oswaldo Goeldi e Guignard. Estudou também no Pratt Institute de Nova York e foi professora e diretora da Escola de Belas-Artes da UFMG e da Escola Guignard, ambas na capital.
A artista programou uma visita guiada à exposição em 18 de junho, às 20h.
INTERNACIONAL
Yara tem obras espalhadas pelo mundo. “Isso muito me orgulha, pois são vários países: Japão, Estados Unidos, Argentina, Índia, Inglaterra, França e Chile, entre outros. Devo ter feito mais de 2,5 mil trabalhos. A pintura é o que me move”, reforça. Ela continua pintando, é professora da Maison Escola e Galeria de Arte, em BH. “Minhas aulas, normalmente, são para professores, médicos, engenheiros e arquitetos, gente adulta que se interessa por arte para ter uma melhor visão do mundo”, explica.
A montes-clarense está ligada à pintura desde criança. “Aos 7 anos, já desenhava bastante. Quando entrei para o colégio, aos 11, tive uma professora que muito me incentivou. Em vez de ficar fazendo aqueles desenhos geométricos, parte da matéria dela, me deixava desenhar ao natural, a gente levava potes e vasos para a escola.
Garota, Yara estudou com Guignard na famosa escolinha do Parque Municipal, em BH. “Aí não teve jeito, tornei-me artista plástica na essência, com o mestre me ensinando muita coisa.” Foram tempos difíceis, pois a pintura não era tão reconhecida na capital mineira.
“Naquela época, não havia o profissionalismo que há hoje, com galerias, exposições e possibilidades de venda das obras. Era uma coisa meio amadora. Fazíamos aquilo porque gostávamos. Mas, a partir dali, foi uma vida inteira pintando por gosto”, conclui.
YARA TUPYNAMBÁ, UMA VIDA NA ARTE – OBRAS DE 1957 A 2019
Errol Flynn Galeria de Arte. Rua Curitiba, 1.862, Lourdes, (31) 3318-3830. O espaço funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, e aos sábados, das 9h às 13h. Entrada franca. Até 5 de julho..