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Nesse retrato de 1800, que abre a exposição, Madeleine posa sentada dignamente, mas seu seio exposto não deixa dúvida sobre sua antiga condição de escrava.
LOUVRE
Nascido em Santo Domingo, em 1793, empregado como acrobata em Paris, José foi um dos grandes modelos artísticos do século 19 na França e o grande protagonista de A balsa da Medusa, de Théodore Géricault, exposta no Museu do Louvre.
Com as costas largas e o torso musculoso, Joseph representa nessa famosa obra o marinheiro que agita o lenço como a última esperança de salvar do naufrágio um grupo de colonizadores na costa da Mauritânia. Géricault era militante da causa abolicionista e em A balsa da Medusa incluiu três negros, embora a história apenas contasse um a bordo do navio precário.
Quando Edouard Manet exibiu pela primeira vez sua Olympia, em 1865, a escravidão havia sido definitivamente abolida na França quase duas décadas antes, em 1848. Obra considerada fundadora da pintura moderna por seu realismo e escandalosa por suas alusões à prostituição, trata-se de um nu de uma jovem branca, Olympia, deitada em uma cama olhando diretamente para o espectador.
Apesar da fama dessa pintura, a identidade de seu segundo personagem, uma empregada negra parada ao lado da cama, segurando um buquê de flores para sua ama, havia sido ignorada até agora. “Laure, uma mulher negra muito bela”, escreveu em uma caderneta de modelos Manet, ao lado de seu endereço em Paris. Os curadores descobriram, por exemplo, que Laure estava pagando um aluguel de 200 francos por mês, uma quantia muito modesta, em um bairro de operários e comerciantes.
Em I like Olympia in black face (1970), do americano Larry Rivers, a empregada é branca e sua amante, negra.