“O papel da mulher, do indígena, a discriminação racial, tudo isso sobre o que temos reclamado em relação às minorias são questões estruturais da sociedade. E o Henfil gritava essas coisas, ainda urgentes hoje, nos anos 1970 e 1980”, comenta a professora Tereza Bruzzi. Com dois colegas da UFMG – os também professores Carlos Falci e Cristiano Cezarino –, além de Afonso Andrade, curador do Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ), ela assina a curadoria da mostra Henfil – Um raio-x do nosso (in) consciente.
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A seleção feita para a exposição abrange várias fases da carreira de Henfil. Estão incluídos desde trabalhos seminais, realizados para a revista Alterosa, da Belo Horizonte do início da década de 1960, como desenhos publicados mais tarde em grandes órgãos de mídia, além de outros feitos já no fim da vida. Henfil trabalhou nas revistas O Cruzeiro e Placar, no Jornal do Brasil e no Pasquim. Ao longo de toda a década de 1970, editou a HQ Fradim, com histórias deste e de outros personagens, como Graúna e Bode Orelana.
HENFIL – UM RAIO-X DO NOSSO (IN) CONSCIENTE
A exposição inaugura a Galeria Henfil nesta quarta (27), às 19h30, no BDMG, Rua da Bahia, 1.600, Lourdes, (31) 3219-8691. Visitação de segunda a sexta, das 8h às 18h. Entrada franca. Até 27 de junho.
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