O guerreiro olha para cima, espantado, implorando à jovem que o está decapitando. Essa explosão de violência pode ser uma obra-prima de Caravaggio... ou mera cópia.
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Michelangelo Merisi da Caravaggio mencionou a existência de trabalho semelhante em carta para um amigo. Mas a atribuição de pinturas ao mestre, que morreu aos 38 anos, em 1610, é muito complicada, pois ele não assinava suas criações. Além disso, suas obras eram copiadas com frequência.
Para complicar, Caravaggio já tem um trabalho intitulado Judite e Holfernes, que pintou em 1598 e é muito diferente do encontrado na França.
AVAL
Os proprietários do quadro recorreram ao especialista francês Eric Turquin, que está convencido de que se trata de um legítimo Caravaggio.
Outro estudioso da obra do milanês é Nicola Spinosa.
Outros experts em Caravaggio não estão convencidos disso. Atribuem a obra ao pintor flamengo Louis Finson (1580-1617), contemporâneo e copista do mestre italiano.
Já é certo que a pintura não será incorporada a coleções do Estado francês. Depois de declará-la “tesouro nacional”, o que impediu sua venda no exterior até novembro de 2018, o governo deixou passar o prazo de 30 meses para adquiri-la.
A falta de certeza sobre a autenticidade e o alto valor estimado do quadro (US$ 137 milhões) podem ter influenciado essa decisão do governo, sobretudo neste momento em que o orçamento dos museus nacionais franceses é limitado.
O quadro poderá ser leiloado este ano, informa a empresa Artprice, especializada no mercado de artes. A venda seria organizada pelo especialista Eric Turquin, em Toulouse. .