Celidonio Mazzei nasceu em 8 de dezembro de 1888 no vilarejo italiano de Luccciano, na Toscana. Mudou-se para o Brasil aos 36 anos de idade, acompanhado da esposa Adele e três filhos pequenos. Estabeleceu-se na região rural de Guidoval para trabalhar como colono. No entanto, conheceu a fotografia e se encantou por essa arte. A trajetória do fotógrafo é apresentada na exposição Celidonio Mazzei – 100 anos de arte fotográfica, no Fórum Cultural em Ubá. Ao todo são 46 fotografias impressas e 200 expostas em telão. A abertura foi feita na quarta-feira (12) com a presença do secretário de Estado da Cultura, Angelo Oswaldo, e contou com apresentação musical das filhas de Celidonio, Célia e Celma, que relembram as músicas ensinadas pelo pai a elas na infância.
Todos o acervo foi digitalizado graças à parceria que a família Mazzei estabeleceu com a Faculdade Governador Osanam Coelho. “Meu pai exerceu a fotografia por 70 anos ininterruptos.
O acervo reúne mais de 400 imagens e parte dele foi selecionado para a exposição. “Fizemos a seleção por décadas e assuntos”, adianta. Boa parte é composta por fotos do compositor Ary Barroso (1903-1964), natural de Ubá. “Meu pai foi vizinho dele. Eles eram amigos”. Celidonio registrou vários momentos tanto da vida pessoal como profissional do músico. “Temos fotos de Ary feitas no estúdio.
Nas décadas de 1910 e 1920, eram poucos fotógrafos no Brasil. Em função disso, Celidonio foi convidado a acompanhar jornalistas pelo Brasil e várias partes do mundo. O artista fez fotos emblemáticas de figuras importantes. Parte do acervo traz registros de políticos, como presidentes do Brasil e governadores.
Celidonio começou a fotografar em Visconde de Rio Branco. “Trabalhou como gari, ajudante de pedreiro. Foi quando conheceu o senhor Magalhães e começou a mexer com fotografia. Virou aprendiz.” No ano de 1913, mudou-se para a cidade carioca para se dedicar à fotografia. “Pegou o trem em Leopoldina e foi ao Rio de Janeiro buscar manual para aprender”, recorda Célia. Fez curso na Casa Berthe, que formava profissionais na arte visual. Por 500 mil réis, adquiriu manual teórico de fotografia, uma câmera fotográfica, acessórios e partiu para realização do sonho.
Nas muitas viagens que fez, Celidonio colecionou boas histórias. “Certa vez, ele teve que dividir quarto com homem que não conhecia.
CELIDONIO MAZZEI – 100 ANOS DE ARTE FOTOGRÁFICA
Fórum Cultural.
Praça São Januário, Ubá.
Das 14h às 21h. Entrada franca. Informações: (32) 3539-6133.
Até primeira quinzena de janeiro..