Comemorando 18 anos de existência, a Quick Cia de Dança realiza, nesta quarta-feira (14), o evento Mostra de Vídeo-Dança, com exibição de nove produções realizadas pelo grupo mineiro em parceria com artistas do audiovisual. “O vídeo permite múltiplas possibilidades. A partir de uma boa ideia e de um conceito criativo, você consegue produzir um ótimo conteúdo”, afirma Rodrigo Quick, que, em 2000, fundou a companhia em conjunto com sua esposa, a bailarina Letícia Carneiro. Ex-integrantes do Grupo Corpo, os dois tinham o intuito de realizar trabalhos de cunho autoral.
A exibição, que ocorre às 19h, no Teatro de Bolso do Sesc Palladium, contará também com performance em tempo real do artista Sandro Miccoli e com uma roda de conversa sobre a produção de vídeo-dança no Brasil. O gênero, explica Rodrigo, é um produto híbrido que traz elementos do audiovisual e do espetáculo teatral. Diferencia-se do simples registro de uma apresentação de dança por exigir uma adaptação da linguagem do palco para a tela.
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Performance de Peri Pane, 'Homem refluxo' faz alerta sobre o lixoEm cartaz em BH, peça 'A alma imoral' propõe 'nudez da própria identidade'Cirque du Soleil traz ao Brasil 'OVO', o espetáculo dirigido por Deborah ColkerA convite do Estado de Minas, atores mudam de papel e se entrevistam Joias de Maria Antonieta, rainha da França, vão a leilãoPlataformas digitais de livros infantis multiplicam-se no BrasilA companhia, que tem nove espetáculos no repertório, realiza ainda projetos sociais. Com sede no Jardim Canadá, o Quick Cidadania é uma iniciativa que, com parceria do poder público local, oferece oficinas de dança, música, artes plásticas e percussão para crianças da comunidade. As aulas ocorrem regularmente. “A educação não se dá apenas pelo ensino tradicional. Atividades culturais auxiliam na disciplina, na inteligência, até mesmo no desempenho escolar. A formação completa também vem por meio da arte”, garante Rodrigo. O espaço físico do Quick Cidadania foi ampliado em 2006, ano em que adolescentes também passaram a ser auxiliados pelo projeto.
O coreógrafo ressalta que, em tempos de pouco incentivo à cultura, o artista precisa se desdobrar para realizar seu trabalho. “Temos o papel da resistência, que é bem importante, especialmente nesse momento que o Brasil atravessa. O artista é obrigado a pensar constantemente em estratégias para se manter. Neste ano, por exemplo, a companhia passou o ano inteiro praticamente sem patrocínio. Tivemos que nos virar”, diz. Segundo Rodrigo, a melhor resposta para o ataque à cultura é justamente não parar: “Trabalhar em momentos difíceis exige o dobro da criatividade. Continuar acreditando na arte é um ato político”.
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