As pessoas estão rodeadas de máquinas, muitas vezes sem se dar conta da mediação da tecnologia nos afazeres do dia a dia. Um grupo de artistas não só está atento a elas, como busca a interseção entre arte e invenção para suas criações. Até 2 de dezembro, o resultado da investigação de 15 autores pode ser conferido na exposição coletiva internacional Maquinações, homens, máquinas e invenções do cotidiano, em cartaz na galeria do Sesc Palladium.
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“A gambiologia é a base disso tudo. É um projeto de articulação em rede, desde sempre. Apresentamos a relação da cultura brasileira com a tecnologia”, explica o curador.
Na entrada da galeria, está a instalação Credo, de Ganso (Paulo Henrique Pessoa). Trata-se de homenagem póstuma.
“É um globo feito de antebraços em movimento, que fala das mãos dos trabalhadores”, diz Fred Paulino. A exposição conta também com trabalhos de Abraham Palatnik, de 90 anos, pioneiro da arte cinética no Brasil. Mesa de desenho exibe a coleção de desenhos e projetos do potiguar realizados entre 1940 e 1970.
Belo Horizonte é representada por Sara Lana e Daniel Herthel. Sarah criou Máquina de antônimos, objeto que desafia a eficiência da tecnologia. “A máquina responde o contrário do que se espera”, explica o curador. A gambiarrra não é perceptível no trabalho de Daniel – três quadros de desenhos em marchetaria.
Daniel Herthel se interessou por esculturas e teatro de bonecos. Encontrou na marcenaria a técnica para unir desenho e escultura. Seus desenhos, que tratam do universo da ficção científica, são criados a partir de lâminas naturais de madeira.
No quadro Tábula rasa está o que ele denomina de equalizador sonoro de valores estéticos e morais. Oficina com janela mostra cenas da paisagem a partir do interior de um cômodo. Já Máquina de boas novas é um desenho que o autor prefere não explicar.
Daniel acredita na potência de criação da rede de artistas em torno da ideia da gambiarra como uma forma de tecnologia. “Há o desejo muito grande de fazer, também a disposição de aprender fazendo e o propósito de subverter a condição de precariedade, algo supernobre. Vejo como possibilidade construir temáticas e poéticas. A gambiologia tem o ímpeto de se reinventar, é aprender fazendo”, conclui.
MAQUINAÇÕES – ARTISTAS, MÁQUINAS E A INVENÇÃO DO COTIDIANO
Sesc Palladium. Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro, (31) 3270-8100. De terça-feira a domingo, das 9h às 21h.