Criado em 2011, o programa Amigos do Inhotim hoje conta com 644 inscritos, cujas doações são destinadas a ações de manutenção, conservação e pesquisa. As adesões são anuais e divididas em categorias – jovem, individual, idoso, família, benfeitor, máster e mecenas. As contribuições são a partir de R$ 140 e podem ser feitas com benefício das leis de renúncia fiscal (quando o contribuinte destina ao projeto cultural parte de seu Imposto de Renda devido). O Inhotim retribui a gentileza de seus amigos oficiais com mimos como entrada gratuita durante todo o ano, cota de cortesias e descontos em suas lojas e restaurantes.
O engenheiro Marcelo Kawencki, que frequenta o espaço com sua mulher, Roberta, desde sua inauguração, diz que o casal foi dos primeiros a aderir ao projeto de colaboração. “Isso é muito comum em museus na Europa. Optamos pela categoria família.
CAMINHO Embora reconheça as vantagens de participar do programa, como não enfrentar filas e ter acesso livre ao museu, Marcelo diz que a principal regalia para ele é poder colaborar com um lugar que considera único no mundo.
Mesmo morando a cerca de 700 quilômetros de Inhotim, Melissa Fayad faz questão de ser amiga do Instituto. “Sou de Uberlândia, mas vivo em Brasília. Meu namorado é formado em artes e por meio dele conheci o Inhotim. Quis me associar e vou lá umas quatro ou cinco vezes ao ano”, conta.
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O empresário Eduardo Vaz não pensou duas vezes quando soube do projeto e não apenas aderiu ao Amigos da Filarmônica como o divulgou dentro da empresa que preside, a Líder Aviação. Vaz ressalta a importância da orquestra no cenário da música clássica nacional. “Não só pela qualidade de seu corpo artístico e dos regentes, mas pela sua sede, a Sala Minas Gerais, que é uma referência. Belo Horizonte e Minas Gerais são muitos carentes de instituições culturais com uma qualidade assim. Mesmo com a crise que atravessamos, não poderia deixar de apoiar e patrocinar essa iniciativa”, afirma.
O executivo avalia que, neste momento de crise que o Brasil atravessa em diversos campos, a valorização da arte é especialmente importante e pode contribuir para elevar a autoestima e a dignidade dos brasileiros. “Essa prática de doações precisa ser mais disseminada no país.
Assinante de uma das séries de programação da Filarmônica, o economista aposentado Geraldo Magela decidiu se tornar também amigo da orquestra. Apaixonado por música clássica, ele chegou a tocar piano na juventude. Mas teve que abrir mão do instrumento para se dedicar à faculdade de economia. “Agora que me aposentei, voltei para o piano. Música clássica eleva o sentimento. Desde que a Filarmônica surgiu trazendo essa música de excelência, procuro contribuir de alguma forma. E não me arrependo”, afirma.
O economista diz que, para ele, não há entretenimento melhor do que ir à Sala Minas Gerais ouvir a Filarmônica. “Faço questão de sempre levar amigos e até pessoas de fora para conhecer, até porque, entre os benefícios (de ser amigo da Filarmônica), a gente tem ingressos disponíveis. É muito gratificante poder fazer parte disso”, diz. Também assinante de duas séries e amiga da Filarmônica, a psicóloga Maria Inês Tavares Pinto Coelho foi conferir in loco uma das contrapartidas da iniciativa e assistiu a um dos programas beneficiados pelo projeto – o Concertos Didáticos, em que alunos de escolas municipais e estaduais têm a oportunidade de se aproximar da música clássica. “Quando o maestro Marcos Arakaki perguntou quem nunca tinha visto uma orquestra, 90% levantaram a mão. Daí a importância de um projeto como esse. Fiquei impressionada em ver o fascínio e o interesse daquelas crianças”, conta. Inês se diz extremamente satisfeita em poder colaborar de alguma maneira e, em breve, quer fazer parte de outra associação, a Amigos do Corpo. “É outra instituição cultural que desenvolve um trabalho maravilhoso e de qualidade. Ele é mais recente, então estou me inteirando para aderir”, diz.
Seguindo uma tendência mundial de participação e proximidade entre público e artista, a Amigos do Corpo foi criada há três anos e recebe contribuições a partir de R$ 350 anuais. “O programa é voltado tanto para pessoas físicas quanto jurídicas. Mais do que garantir um lugar na plateia, assistir aos ensaios ou conhecer nossa sede, o foco é o exercício da cidadania”, afirma Cláudia Ribeiro, diretora de programação do Grupo Corpo.
O artista plástico José Alberto Nemer convive com os irmãos Pederneiras desde que eles criaram a companhia, em meados dos anos 1970. Nemer chegou a assinar os textos de dois espetáculos do Corpo: 21 (1992) e o mais recente, Gira (2017). Quando soube da criação do projeto Amigos do Corpo, não titubeou. “Tenho uma grande admiração não só pelos espetáculos, as coreografias, mas pela administração e pela condução do grupo. Essa associação só veio coroar todo esse trabalho. Eu não poderia deixar de participar e de ser amigo de um grupo que tanto admiro”, celebra.
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