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BH perde balé: Companhia de Dança Sesiminas chega ao fim


Depois de atuar sem interrupção por 28 anos, a Companhia de Dança Sesiminas foi extinta. Criado na época da inauguração do Centro de Cultura Nansen Araújo, em Belo Horizonte, o grupo reunia jovens bailarinos brasileiros de formação clássica. A companhia contava com nove integrantes, funcionários do Serviço Social da Indústria (Sesi).

A decisão pegou de surpresa os integrantes do corpo artístico. Bailarinos, que preferiram não se identificar, contaram que o grupo foi convocado para uma reunião, há cerca de 15 dias, e informado sobre a interrupção das atividades.

A assessoria de comunicação da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), entidade responsável pelo Sesiminas, informa que a decisão de pôr fim à companhia de dança é consequência da crise econômica enfrentada pelo país nos últimos anos, que afetou empresas e o próprio Sesi.

O grupo Sesi, de acordo com a assessoria de imprensa, tem se esforçado para prosseguir mantendo importantes atividades na área artística no estado. São vinculados a ele cinco centros culturais, cinco galerias e oito teatros, além da Orquestra de Câmara Sesiminas e o Museu de Artes e Ofícios, em Belo Horizonte.

“Em todos esses espaços, nossos palcos estarão sempre à disposição dos bailarinos mineiros. E o Sesi ainda conta com escolas de cultura que oferecem cursos de dança e têm promovido espetáculos com a contratação de companhias em todo o estado”, informa a nota da assessoria da Fiemg.

CAMPANHA No início deste ano, a companhia do Sesiminas fez uma de suas últimas apresentações, ao participar da Campanha de Popularização do Teatro e Dança. Com roteiro de Eduardo Moreira e direção de Inês Peixoto, ambos do Grupo Galpão, Cidade dos sonhos, que estreou em 2017, teve coreografia assinada por Ane Adade e trilha sonora composta por Kiko Klaus. Foi a primeira vez que Inês dirigiu um grupo de dança.

A companhia ligada ao Sesiminas fez também parcerias com o Kirov Ballet, Ballet Imperial da Rússia e Bolshoi, além do renomado bailarino Fernando Bujones.
Por muitos anos a companhia era coordenada pela coreógrafa Cristina Helena, muito atuante em BH.

Vários de seus artistas seguiram carreira internacional. Entre eles estão Fernanda Diniz, que trabalhou com o Ballet Jovem da França, Ana Caroline Pagano (Ballet de Viena), André Valadão (companhias de dança dos EUA), Juliana Bastos (Ballet du Capitole, na França), Beatriz Kuguimya (EUA) e José Antonio Ramos (que foi solista do Ballet Nacional de Cuba)..