Fiotim – O museu em movimento, do artista mineiro Jorge Fonseca, é um trabalho que mistura realidade e ficção, fábula e ação social, além de se apropriar de linguagens das mais diversas procedências. A obra combina instalação e performance, em um diálogo teatral com o espectador e propõe o contato direto com a arte. O projeto pode ser visto na Funarte até 6 de maio e, hoje, das 14h às 22h.

Na invenção de Jorge Fonseca, o personagem Jorge K., um camelô, visita o Instituto Inhotim, em Brumadinho, e se encanta com as obras monumentais que vê no museu a céu aberto. Com biografia peculiar e repleta de aventuras, ele vê a possibilidade de criar seu próprio museu e, assim, encontrar um meio de ganhar a vida. Jorge K., que tem uma biografia peculiar e repleta de aventuras, reproduz, em miniatura, as obras que presenciou na visita. Cria um simulacro de museu em um trailer e passa a circular pelo país, levando seus objetos de arte ao povo.

Evocando tradições da cultura popular, dos vendedores ambulantes aos realejos e gabinetes de curiosidade, o personagem se torna mestre de cerimônias desse universo encantado da arte. A instalação é um trailer, montado em espaço público, com jardim artificial (gramado, flores de plástico, aves de porcelana), lâmpadas, bandeirolas e um quarto-galeria em que estão dispostas cerca de 40 miniaturas de obras de Inhotim. O trabalho possibilita ao espectador interagir com aqueles singulares objetos chamados de arte.

Ao propor um diálogo entre a dita “alta cultura” e o ambiente de galerias e museus com o universo da cultura popular, o artista faz uma sutil crítica ao sistema de arte na atualidade.

Mais relevante, porém, é o fato de propor, de maneira lúdica, o contato do público com a arte, convidando-o a se abrir à imaginação.

FIOTIM – O MUSEU EM MOVIMENTO
Instalação de Jorge Fonseca. Funarte (Rua Januária, 68, Floresta, (31) 3213-3084). Hoje, das 14h às 22h. Entrada franca. Classificação livre..