Pela primeira vez no Brasil, um museu vai se desfazer de uma obra de seu acervo para se capitalizar. Em dificuldades financeiras, com um déficit em torno de R$ 1,5 milhão, o Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio irá colocar à venda a tela Nº 16, de Jackson Pollock, avaliada em torno de US$ 25 milhões (R$ 82,5 milhões). O objetivo é criar um fundo que gere rendimentos para a instituição e a ajude por pelo menos três décadas. Com isso, o País pode perder seu único Pollock numa coleção aberta à visitação.
O museu prefere que um comprador brasileiro fique com a obra do pintor expressionista, para que ela não saia daqui. Colecionadores ouvidos pela reportagem acham difícil que isso aconteça, pelo alto valor da obra. As principais casas de leilão do mundo com representação no Brasil - Sotheby's, Christie's e Phillips - serão procuradas. A notícia deve movimentar o mercado internacional de arte, uma vez que praticamente não existem telas do artista norte-americano para venda.
O dinheiro levantado será depositado numa instituição fiduciária, e sua movimentação será auditada pela Price Waterhouse. O valor não será mexido pelo MAM - apenas os rendimentos serão usados.
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O Ministério da Cultura defendeu a decisão do MAM. "O MinC reconhece e valoriza a autonomia do MAM, uma instituição privada que presta relevantes serviços à cultura brasileira. Por isso, respeita e apoia a decisão de sua diretoria. A venda de obras de acervo com objetivos específicos é prática comum em museus norte-americanos e europeus e muitas vezes serve ao objetivo de garantir a sustentabilidade financeira dessas instituições.