“Eu sou passarinho cortando o vento, assobiando as boas-novas de cada manhã. Sou noite cuspindo estrelas pelo céu que não tem medida. Sou o meio de um caminho sem despedidas. Eu sou alma selvagem e descompassada. Sou tristeza e sou sorriso; sou fim e também sou início. Sou tudo no meio do nada. Já fui partida e hoje sou chegada.” Esses versos são do poema Passarinho, que integra de Proesia, primeiro livro do escritor mineiro Pedro Muriel. Não foi à toa que este belo-horizontino, que acaba de completar 31 anos, escolheu um pássaro, criação da ilustradora Alice Bottaro, para estampar a capa da obra.
Nesta terça-feira (27), Pedro é o convidado do projeto Sempre um Papo, no auditório da Cemig, para um debate sobre a publicação, que, segundo ele, mescla, poesia, prosa e, sobretudo, proeza. “É uma prosa poética ou uma conversa com prosa. E mais do que isso, não deixa de ser um feito, uma proeza, uma aventura. Eu, por sinal, adoro aventuras, viagens. Recentemente, fui para a Patagônia, no Chile, e andei de ônibus vários quilômetros, mesmo com a cadeira de rodas e meu ventilador mecânico para respirar”, celebra o escritor, formado em relações internacionais e que nasceu com uma doença neuromuscular progressiva.
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PROESIA
• De Pedro Muriel
• Usina do Livro
• 104 páginas
• R$ 25