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Estado de Minas

Ícone do modernismo brasileiro, Tarsila do Amaral estreia no MoMA

Artista ganha individual no importante museu de Nova York. Exposição será aberta hoje, quando se completam 96 anos da Semana de 22


10/02/2018 20:03 - atualizado 11/02/2018 12:56

No Brasil, as imagens que a paulista Tarsila do Amaral (1886-1973) criou ilustram até jogos de quebra-cabeça em lojas de brinquedo e livrarias, mas nos Estados Unidos seu nome ainda soa desconhecido. Com atraso de quase um século depois de ter pintado Abaporu, considerada a obra de arte brasileira mais valiosa, isso talvez mude um pouco a partir deste domingo (11), quando o Museum of Modern Art (MoMA) abre a exposição monográfica Tarsila do Amaral: Inventing modern art in Brazil.

(foto: Coleção Pedro Corrêa do Lago)
Em cartaz até 3 de junho, a mostra, que se concentra no trabalho produzido por ela na década de 1920, é a primeira individual da artista apresentada por uma grande instituição cultural dos Estados Unidos. Mesmo para o MoMA, Tarsila é novidade. Um dos últimos esboços para a tela Figura só, de 1930, recém-doado ao museu, é o primeiro trabalho dela incluído na coleção do renomado museu.

A estreia de Tarsila em Nova York coincide com um marco histórico. Em 11 de fevereiro de 1922, foi aberta, no Teatro Municipal de São Paulo, a Semana de Arte Moderna, na qual artistas e intelectuais apresentaram novas formas de expressão libertas da estética do século 19, regida pela tradição europeia, e abriram caminhos para a invenção de uma arte brasileira independente e moderna.

Tarsila não participou pessoalmente daquela manifestação, pois estava na Europa. Porém, ao criar pinturas que transcrevem visualmente o discurso antropofágico, movimento cultural com maior destaque naquele período, ela se tornou uma das figuras principais na gênese e no desenvolvimento da arte moderna que a Semana de 22 preconizou.

“A figura de Tarsila é inextricavelmente ligada ao projeto moderno brasileiro”, diz o historiador Luis Pérez-Oramas, que organizou a 30ª Bienal de São Paulo, em 2012. Oramas assina a curadoria da exposição no MoMA em parceria com Stephanie D’Alessandro, ex-curadora de arte moderna internacional do Art Institute of Chicago, onde a mostra da pintora foi exibida no fim de 2017.

Ao ressaltar a importância de Tarsila, Stephanie enfatiza que sem os desenhos e pinturas dela, “o movimento cultural mais importante na história moderna brasileira teria um efeito muito diferente na produção artística nacional depois de 1920”.

Cronológica e com abordagem temática, Tarsila do Amaral: Inventing modern art in Brazil exibe cerca de 130 trabalhos, entre pinturas, desenhos, cadernos, fotografias e documentos. A negra (1923), Abaporu (1928) e Antropofagia (1929), três das principais obras da paulista, formam o núcleo da exposição.


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