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Metropolitan, em Nova York, vai passar a cobrar US$ 25 dos turistas

Depois de uma longa discussão, iniciada há quase um ano, a direção do Metropolitan Museum of Art de Nova York, conhecido como Met, decidiu encerrar a política de entrada “quase grátis” para seus visitantes. A partir de 1º de março, os turistas pagarão uma entrada de US$ 25 em vez de uma tarifa à vontade. O valor passa a ser obrigatório para os adultos que não forem moradores do estado de Nova York, ou seja, essencialmente para os turistas, para os quais o Met faz parte de uma etapa obrigatória de sua visita à Big Apple. Para não penalizar os estudantes de Nova York e de sua região, eles continuarão pagando o que desejarem. Turistas estudantes e da terceira idade permanecerão pagando tarifas reduzidas, US$ 12 e US$ 17, respectivamente. Os menores de 12 anos não pagam a entrada.

Desde 1970, o museu mais prestigiado dos Estados Unidos oferece aos seus visitantes um preço sugerido de US$ 25 por adulto, uma política “incomum” para um museu de renome internacional, destacou seu presidente, Daniel Weiss. Esta mudança de política ocorre após meses de consultas com a Prefeitura de Nova York, que aceitou a modificação sem temer um impacto negativo para o turismo, vital para esta cidade que recebeu 61,8 milhões de visitantes em 2017.

O aumento será acompanhado por uma extensão da validade dos bilhetes para três dias consecutivos, o que estimularia os turistas a percorrer os dois anexos: o vizinho Met Breuer, de arte moderna e contemporânea; e os Cloisters (Claustros), de arte medieval, no extremo Norte de Manhattan. “Há 12 anos constatamos uma diminuição significativa da eficácia de nossa política de preços sugeridos”, explicou Weiss.

Embora 63% dos visitantes desembolsassem US$ 25 em 2004, somente 17% dos visitantes aceitaram pagar essa quantia em 2017, indicou Weiss, que chegou ao Met em 2015 para melhorar as finanças do museu, com um orçamento anual de US$ 305 milhões. E apesar das visitas ao Met terem aumentado nos últimos anos, a renda permaneceu no mesmo nível, detalhou.

 

Diferentemente da maioria das grandes instituições europeias – o Museu do Louvre de Paris, por exemplo, tem ingressos a 15 euros por adulto –, o Met recebe poucos subsídios públicos e a maior parte de sua renda provém de doações que cobrem cerca da metade de seu orçamento anual.

DEBATE No entanto, os ingressos são fonte de financiamento minoritário para o Met: representam hoje 14% da renda, e mesmo com a próxima alta não superaria os 17%, segundo Weiss.

A decisão causou polêmica, com argumento de que a diferença na arrecadação é irrisória diante do alcance da política de “pague quanto puder” praticada anteriormente.

O jornal The New York Times publicou cartas de seus leitores a favor e contra a medida. Alice L. Givan defendeu uma política de ingressos mais baratos para atender às famílias pobres sem tradição de visitar instituições culturais. A professora de artes Mimi Weinberg afirmou que estudantes não têm dinheiro para pagar e os US$ 25 fazem diferença no orçamento dos jovens. “Se eles tiveram que pagar a entrada, eles simplesmente vão passar a ver a coleção pela internet e perderão a vantagem da experiência de estar diante de uma grande obra de arte como deve ser feito”, escreveu.

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