Grande Hotel Ronaldo Fraga comemora um ano com festividades

Com proposta de varejo mais afetuosa, estilista criou local para abrigar a marca que assina, parceiros e movimentos culturais

Laura Valente

O champanhe já está no ponto para o brinde de logo mais, que abre as festividades em comemoração ao primeiro ano de funcionamento do Grande Hotel Ronaldo Fraga.

O projeto do estilista de mesmo nome – um dos mais reconhecidos em Minas e no país - é audacioso em diversos sentidos e será celebrado com agenda de shows a partir desta quinta-feira (7)  e mostra de artes plásticas, além, é claro, da hospitalidade de sempre: lá, além da grife própria, há a exposição de produtos de duas dezenas de hóspedes, entre parceiros flutuantes e fixos, incluindo um restaurante/café, uma sorveteria, uma distribuidora de vinhos e uma barbearia.


Para abrigar tanta criatividade em um mesmo endereço, Fraga escolheu montar o negócio em uma casa tombada dos anos 1920, no Bairro Funcionários, cuja reforma assinada por Alex Rousset contemplou traços do projeto original e revela tacos de demolição (em peroba-rosa), azulejos, afrescos e muito mais. “Na verdade, o Grande Hotel é a realização de um desejo antigo, colocar em prática uma ideia da qual eu já vinha falando na teoria, no meio acadêmico e em cursos e palestras pelo Brasil e pelo mundo: um varejo mais afetuoso, ancorado em experiências e distante do ‘pelo amor de Deus, me compre’. Um centro de convivência que não fosse um shopping center, modelo que, infelizmente, tem sido o ‘polo de cultura’ de qualquer cidade do país, o que me incomoda e, na minha opinião, tem gosto de pipoca de micro-ondas.”


Na concepção dele, a criação de “um espaço onde a comida é uma extensão da roupa, e da música, da história da casa, da cena cultural da cidade”, define. E vai além. “Desde o início, não pensava em um espaço exclusivo de produtos meus. Então, a ideia evoluiu para a curadoria de bens materiais e imateriais como cultura, shows, músicas, leitura de peças, oficina de cartas. Um espaço que tivesse uma movimentação para além do consumismo desenfreado”, caracteriza.

Assim, o espaço oferece produtos ancorados em conceitos caros ao estilista – design autoral, ricos em diversidade, amigáveis ao meio ambiente, e também promove saraus, apresentações teatrais, shows, sessões de cinema ao ar livre e eventos temáticos como carnaval e arraial no projeto chamado Cabaré Ronaldo Fraga.

Uma vez por semana, há feira de orgânicos, montada na rua. Projeto para o ano que vem é a criação de oficinas criativas e de madrugadas dedicadas ao ócio produtivo. “Tenho muito orgulho de orquestrar uma curadoria que fala sobre a cultura mineira, que lança luz sobre a cozinha tropeira, que hospeda gente que produz aqui, gera empregos aqui, aposta no design autoral, investe em produtos de procedência.”

 

 

Sem dúvida, levantar uma ideia dessa deu e dá trabalho. Para começo de conversa, o imóvel de 600 metros quadrados passou por uma reforma que durou um ano e meio. “Ainda há ajustes e mudanças previstas, mas vamos aos poucos”. Idealizado no conceito de um hotel, os hóspedes chegam por si sós e por meio da curadoria de Ronaldo e da mulher, Ivana Neves, responsável pelo contato comercial.

PORTAS ABERTAS 
Satisfeito com a movimentação desse primeiro ano de Grande Hotel, Fraga afirma que a aposta nesse novo modelo de varejo tem trazido satisfação e emoção. “Contra vários prognósticos negativos, optei por acreditar em um comércio mais afetuoso, terno. Apostei em um ponto não comercial, de uma rua de pouca visibilidade, e, ainda assim, o entra e sai é intenso. A vizinhança adotou o projeto e o tempo todo recebo visitas e mensagens de ex- moradores da casa que me dizem que ela sempre abrigou famílias numerosas e de mesa farta, que contam histórias e memórias. Há empresas promovendo reuniões aqui, pessoas que buscam o espaço para casamentos. Os eventos culturais também me enchem de orgulho. Então, só tenho a comemorar essa marca da diversidade que estamos imprimindo no Grande Hotel, que me deu um gás novo e que condiz com a forma de pensar, fazer e comercializar moda em que acredito. Podemos conversar, experimentar, trocar ou até comprar uma roupa, mas não acredito que precisamos consumir nessa loucura toda.

Então, convido o público para provar essa nova proposta e tudo o mais que virá pela frente.”

Aniversário
Programação

. Hoje, 7/12, às 20h30 – Elisa Paraíso

. Sexta-feira, 8/12, às 20h30 – Chico César e abertura de mostra do artista plástico Renan Santos

. Dias 11 e 12/12, às 20h30 – Cida Moreira

. Dia 14/12, às 20h30 – Lívia Nestrovski & Fred Ferreira

<< Rua Ceará, 1.205, Funcionários. Ingressos a partir de R$ 60, no local e na plataforma Sympla.

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