O champanhe já está no ponto para o brinde de logo mais, que abre as festividades em comemoração ao primeiro ano de funcionamento do Grande Hotel Ronaldo Fraga.
Para abrigar tanta criatividade em um mesmo endereço, Fraga escolheu montar o negócio em uma casa tombada dos anos 1920, no Bairro Funcionários, cuja reforma assinada por Alex Rousset contemplou traços do projeto original e revela tacos de demolição (em peroba-rosa), azulejos, afrescos e muito mais. “Na verdade, o Grande Hotel é a realização de um desejo antigo, colocar em prática uma ideia da qual eu já vinha falando na teoria, no meio acadêmico e em cursos e palestras pelo Brasil e pelo mundo: um varejo mais afetuoso, ancorado em experiências e distante do ‘pelo amor de Deus, me compre’. Um centro de convivência que não fosse um shopping center, modelo que, infelizmente, tem sido o ‘polo de cultura’ de qualquer cidade do país, o que me incomoda e, na minha opinião, tem gosto de pipoca de micro-ondas.”
Na concepção dele, a criação de “um espaço onde a comida é uma extensão da roupa, e da música, da história da casa, da cena cultural da cidade”, define. E vai além. “Desde o início, não pensava em um espaço exclusivo de produtos meus. Então, a ideia evoluiu para a curadoria de bens materiais e imateriais como cultura, shows, músicas, leitura de peças, oficina de cartas. Um espaço que tivesse uma movimentação para além do consumismo desenfreado”, caracteriza.
Assim, o espaço oferece produtos ancorados em conceitos caros ao estilista – design autoral, ricos em diversidade, amigáveis ao meio ambiente, e também promove saraus, apresentações teatrais, shows, sessões de cinema ao ar livre e eventos temáticos como carnaval e arraial no projeto chamado Cabaré Ronaldo Fraga.
Sem dúvida, levantar uma ideia dessa deu e dá trabalho. Para começo de conversa, o imóvel de 600 metros quadrados passou por uma reforma que durou um ano e meio. “Ainda há ajustes e mudanças previstas, mas vamos aos poucos”. Idealizado no conceito de um hotel, os hóspedes chegam por si sós e por meio da curadoria de Ronaldo e da mulher, Ivana Neves, responsável pelo contato comercial.
PORTAS ABERTAS Satisfeito com a movimentação desse primeiro ano de Grande Hotel, Fraga afirma que a aposta nesse novo modelo de varejo tem trazido satisfação e emoção. “Contra vários prognósticos negativos, optei por acreditar em um comércio mais afetuoso, terno. Apostei em um ponto não comercial, de uma rua de pouca visibilidade, e, ainda assim, o entra e sai é intenso. A vizinhança adotou o projeto e o tempo todo recebo visitas e mensagens de ex- moradores da casa que me dizem que ela sempre abrigou famílias numerosas e de mesa farta, que contam histórias e memórias. Há empresas promovendo reuniões aqui, pessoas que buscam o espaço para casamentos. Os eventos culturais também me enchem de orgulho. Então, só tenho a comemorar essa marca da diversidade que estamos imprimindo no Grande Hotel, que me deu um gás novo e que condiz com a forma de pensar, fazer e comercializar moda em que acredito. Podemos conversar, experimentar, trocar ou até comprar uma roupa, mas não acredito que precisamos consumir nessa loucura toda.
Aniversário
Programação
. Hoje, 7/12, às 20h30 – Elisa Paraíso
. Sexta-feira, 8/12, às 20h30 – Chico César e abertura de mostra do artista plástico Renan Santos
. Dias 11 e 12/12, às 20h30 – Cida Moreira
. Dia 14/12, às 20h30 – Lívia Nestrovski & Fred Ferreira
<< Rua Ceará, 1.205, Funcionários. Ingressos a partir de R$ 60, no local e na plataforma Sympla..