A obra acompanha a viagem dessa mulher de volta a Olho d’Água 40 anos depois de sua tentativa de primeiro ajudar o povo a refletir sobre sua situação e, depois, transformar o Brasil.
O livro remete à experiência da freira e escritora santista radicada em João Pessoa que, no início dos anos 1970, também em serviço missionário, partiu para o Nordeste, para viver no campo - ela voltaria depois, entre 1976 e 1988 para uma temporada mais longa.
Outros Cantos rendeu a Maria Valéria Rezende, de 74 anos, única mulher na lista de finalistas que contava com, entre outros, Silviano Santiago, vencedor do Jabuti na semana passada, Bernardo Carvalho e José Luiz Passos, o prêmio de R$ 200 mil. Esta é a segunda conquista literária recente da autora. Em 2015, ela foi a grande vencedora do Jabuti por seu romance Quarenta Dias, sobre uma professora aposentada que, num rompante, sai de casa e passa dias perambulando pela cidade, vivendo na rua.
Concedido pelo Governo do Estado, o Prêmio São Paulo elege, ainda, os melhores romances de autores estreantes com mais e com menos de 40 anos.
Vencedor do Prêmio Sesc em 2007 com Beijando Dentes, de contos, o antropólogo e escritor paulista Maurício de Almeida, de 35 anos, ganhou R$ 100 mil por A Instrução da Noite (Rocco). Narrado pelo filho e entremeado pelo diálogo dele com a irmã desaparecida, o livro mostra os efeitos da volta do pai à família que ele abandonou anos antes.
Com Céus e Terra, também vencedor do Prêmio Sesc, em 2016, o jornalista baiano Franklin Carvalho, de 49 anos, emplaca seu segundo prêmio e ganha, agora, R$ 100 mil. O livro conta a história de um menino pobre do sertão que é convocado para ajudar a salvar um homem crucificado. Os dois morrem. Como uma espécie de fantasma, ele começa a acompanhar a rotina da cidade..