Arte urbana se valoriza no mercado internacional

Pela primeira vez, quatro grafiteiros Bansky, Keith Haring, Shepard Fairey estão entre os dez artistas mais vendidos do mundo

AFP

Trabalhos dos grafiteiros brasileiros Osgemeos; a obra Untitled, da dupla, foi vendida por R$ 310 mil num leilão em Nova York, em novembro passado - Foto: FAAP/DIVULGAÇÃO

Pela primeira vez, quatro grafiteiros – Banksy, Keith Haring, Shepard Fairey e Kaws – estão entre os 10 artistas contemporâneos mais vendidos do mundo, segundo o relatório anual da Artprice. O documento destaca que a arte contemporânea foi a “locomotiva” do mercado mundial da arte entre julho de 2016 e junho de 2017, com um volume de negócios que aumentou 3,2% em um ano, chegando a US$ 1,58 bilhão.

Embora Banksy e Haring já tivessem aparecido anteriormente entre os 10 primeiros, é a primeira vez que quatro grafiteiros entram nessa lista, o que mostra que a arte urbana é um dos “setores mais dinâmicos do mercado da arte atual”, segundo a Artprice. “Enérgica e inventiva, popular e midiática”, este tipo de arte “seduz um número crescente de colecionadores”.

“Estes artistas se adaptaram ao comércio da arte, como o comércio da arte se adaptou a eles. Suas obras circulam tanto nas redes sociais como nas galerias e salões de vendas”, afirma o relatório do líder mundial de bancos de dados sobre os índices da arte.

O interesse pelos grafiteiros se estende até a nova geração: os brasileiros Osgemeos (Otavio e Gustavo Pandolfo) bateram um novo recorde com sua obra Untitled, vendida em novembro passado em Nova York por US$ 310 mil, a preço de martelo, ou seja, sem comissões. O nova-iorquino Kaws também multiplicou seus resultados, chegando a US$ 410 mil, com a escultura Seated companion, leiloada em Hong Kong em maio passado.

ARTE MODERNA Por outro lado, a Artprice destacou que a evolução do mercado contemporâneo (artistas nascidos depois de 1945) foi acompanhada da subida dos preços das vendas. O montante médio para uma obra contemporânea (pintura, escultura, desenho, instalação, etc) foi de US$ 27 mil, em comparação com US$ 26,1 mil, durante o exercício anterior.

A arte moderna (artistas nascidos entre 1860 e 1920) continua sendo “o peso-pesado do mercado”, mas a arte contemporânea “desempenha agora o papel de locomotiva”. Por países, os Estados Unidos concentraram 43,8% do mercado, a China 23,5%, seguida pela Grã-Bretanha (22,1%).

Por casas de leilões, a americana Sotheby’s “domina o mercado da arte contemporânea internacional”, com US$ 541,6 milhões em transações, na frente da concorrente britânica Christie’s ( US$ 421,3 milhões) e da Phillips (US$ 191,4 milhões).

A liderança da Sotheby’s se deve, em parte, aos US$ 110,5 milhões que o colecionador japonês Yusaku Maezawa pagou em maio por uma criação de Jean-Michel Basquiat, Untitled, desde então a obra mais cara da arte contemporânea. (AFP)

.