O curador da exposição Queermuseu - Cartografias da Diferença na Arte Brasileira, Gaudêncio Fidélis, afirmou na segunda-feira, dia 11, que não foi informado pelo Santander Cultural sobre o fechamento da exibição que estava em cartaz no centro de Porto Alegre desde o dia 15 de agosto. ''Foi uma decisão unilateral do Santander. Nunca fui consultado sobre isso. Fiquei sabendo por uma mensagem que recebi de uma amiga que leu no Facebook'', explicou.
A exposição contava com mais de 270 obras, que exploravam a diversidade dos gêneros, e estava prevista para ir até 8 de outubro. Mas foi cancelada no domingo, 10, por causa da insatisfação de frequentadores, que acusaram a exposição de blasfêmia em redes sociais
Segundo o curador, os detalhes que aparecem nas obras expostas não fazem alusão a pedofilia, blasfêmia ou zoofilia. ''Na obra intitulada Cena de Interior II, de Adriana Varejão (uma das mais polêmicas), não se pode dizer que um pequeno fragmento de uma pintura faz apologia à zoofilia, porque na verdade é uma obra crítica do processo de colonização do País'', argumentou. Para Gaudêncio Fidélis, o fechamento da exposição foi uma atitude arbitrária.
Nas redes sociais, um grupo de apoio à reabertura da exibição foi organizado. Nesta terça-feira, 12, um ato pela ''liberdade de expressão artística e contra a LGBTfobia'' será realizado a partir das 16 horas em frente do Santander Cultural, em Porto Alegre.
Em nota, a instituição pediu desculpas a todos os que se sentiram ofendidos por alguma obra que fazia parte da mostra.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. (Luciano Nagel, especial para a AE).