Museu Mineiro inaugura espaço para receber o público e abrigar mostras

Exposição de desenhos de José Octavio Cavalcanti marca a abertura das novas instalações, batizadas de Espaço Atrium

Márcia Maria Cruz
José Octavio Cavalcanti diz que suas paisagens são contraponto à correria do mundo contemporâneo. - Foto: Museu Mineiro/Divulgação

Como parte das comemorações de seus 35 anos, o Museu Mineiro criou o Espaço Atrium, planejado para recepcionar visitantes, abrigar projetos educativos e apresentar mostras temporárias. Para marcar a inauguração, será aberta, na tarde desta terça-feira, 05, a exposição Desenhar é preciso, viver não é preciso, com trabalhos do artista plástico belo-horizontino José Octavio Cavalcanti.

''Nunca tivemos uma recepção. Agora ganhamos um espaço muito generoso e moderno para acolher o público'', afirma Andréa Matos, superintendente do Museu Mineiro. Com entrada franca, a exposição de José Octavio ficará em cartaz até 30 de novembro.

O Atrium fica onde funcionava um restaurante. ''Terminou o contrato com o restaurante, que não tinha correlação com o museu. Resolvemos não renová-lo e criar a estrutura para atender o visitante'', comenta Andréa Matos.

O espaço tem 200 metros quadrados de área coberta, 60 metros quadrados ao ar livre e banheiros modernos. ''Atrium, em grego, significa sala de recepção. Nomeamos assim o espaço fechado.
A área aberta, em cima dele, chama-se Ágora'', diz a superintendente. Ágora fica entre o Arquivo Público e o Museu Mineiro.

Além de abrigar atividades educativas, o Espaço Atrium será usado para lançamento de livros, palestras, encontros e performances artísticas. Andréa Matos adianta que, no fim do ano, várias áreas em reformas – salão nobre, salas e corredores – ficarão prontas.

''Finalizamos o processo de restauração. Reabriremos o salão nobre, que está fechado há quatro anos'', promete.

O museu está instalado no casarão erguido no fim do século 19, integrante do conjunto arquitetônico original de Belo Horizonte. Lá funcionaram o Senado Mineiro e a Pagadoria-Geral do Estado.

Criado em 1982, o museu reúne acervo de 3 mil peças dos séculos 18 a 21. Além de receber exposições de longa duração e mostras temporárias, oferece programação relacionada ao patrimônio material e imaterial do estado. A instituição tem o objetivo de preservar, pesquisar e difundir registros da história e da cultura mineiras.

GRAFITE A mostra Desenhar é preciso, viver não é preciso reúne 120 desenhos em grafite de José Octavio Cavalcanti. Algumas obras chegam a três metros de altura. Elas retratam várias cidades: Lisboa, Londres, Praga, Nova York e Amsterdã, além de localidades francesas, peruanas e italianas.

O título da exposição de José Octavio brinca com os significados da palavra preciso, que remetem tanto a precisão quanto a necessidade.

Cavalcanti criou a maioria dos desenhos especialmente para a mostra no Museu Mineiro. Além disso, selecionou trabalhos feitos durante suas viagens. ''Desenhar paisagens representa um contraponto à agitação da vida e à dinâmica das mídias virtuais contemporâneas, o que nem sempre é possível ou prazeroso'', diz o artista.

JOSÉ OCTAVIO CAVALCANTI
Exposição Desenhar é preciso, viver não é preciso. Inauguração do Espaço Atrium do Museu Mineiro. Terça-feira (5/9), às 17h.
Avenida João Pinheiro, 342, Funcionários. Entrada franca. Informações: (31) 3269-1103.