Circuito 10 Contemporâneo tem mostras simultâneas de 30 artistas em BH

A ideia é aproximar o público das artes visuais e, ao mesmo tempo, revigorar o mercado de arte na capital mineira

Cecília Emiliana
Rafael Motta/divulgação - Foto: Rafael Motta/divulgação

Imagine uma cidade com galerias de arte mais vivas do que nunca, renovadas de cores, formas, questionamentos e provocações. Não se trata de São Paulo nem do Rio de Janeiro, polos tradicionais das artes visuais no Brasil, mas de Belo Horizonte.

Sábado (2/9), começa a segunda edição do Circuito 10 Contemporâneo, fruto da parceria entre as 10 principais galerias da capital mineira. O público verá uma dezena de mostras simultâneas de trabalhos produzidos por cerca de 30 artistas de diversas regiões do Brasil.

A ideia é aproximar o público das artes visuais e, ao mesmo tempo, revigorar o mercado de BH. “Nossa intenção é criar uma agenda comum para gerar visibilidade, fortalecer a arte contemporânea. Arte é um produto do ser humano para outros seres humanos. Então, é preciso aproximar as pessoas das obras e dos artistas para que elas percebam que esse universo não é feito para um grupo de iluminados, como muitas vezes pode parecer. É para todos”, explica o galerista Murilo Castro, um dos organizadores do evento.

Em cada espaço haverá vans à disposição dos visitantes. De 30 em 30 minutos, elas partirão rumo a outras galerias, oferecendo uma espécie de “circuito contemplativo” ao público.
O serviço é gratuito. “Essa ‘baldeação’ será oferecida apenas no sábado (2/9). Só amanhã o horário de funcionamento de todas as galerias será estendido das 10h às 18h, mas elas manterão as exposições por 30 dias”, explica Manoel Macedo, outro galerista participante do circuito.

A agenda inclui ainda palestras e workshops com artistas. Muitos deles, aliás, estarão presentes nas galerias, à disposição do público para consultas e bate-papo.

Nazareth Pacheco apresentará dois trabalhos na Galeria Murilo Castro. O mote da proposta será a interação entre arte e design. “Uma das peças é a Cadeira da exclusão. Isso porque, a princípio, a cadeira é um objeto utilitário, mas a construí em acrílico, com espinhos nos assentos. É uma analogia a muitos espaços que existem mundo afora. Eles repelem, embora, paradoxalmente, tenham sido pensados justamente para acolher”, explica Nazareth.

O outra peça, com duas mil gotas de bronze, remete ao processo criativo da artista. A ideia nasceu dos cortes que a própria Nazareth, acidentalmente, produz em si mesma ao lidar com perfurações e objetos enquanto trabalha. “É uma espécie de jogo de sedução e repulsão. As instalações convidam ao mesmo tempo em que expulsam”, conclui Nazareth.

Na AM, Ricardo Homen mostrará série com 150 peças, fruto de sua pesquisa iniciada há dois anos envolvendo pintura, escultura e desenho. Também estarão lá sete pinturas em grande escala.

O circuito contará com obras de Beth Jobim, José Bechara, José Bento, Raul Mourão e Waltercio Caldas (Galeria Celma Albuquerque), José Resende (Galeria Manoel Macedo), Thomaz Ianelli (Quadrum) e Deneir de Souza (Galeria Orlando Lemos), entre outros.

PARTICIPANTES


AM (Rua do Ouro, 136, Serra), Beatriz Abi-Acl (Rua Santa Catarina, 1.155, Lourdes), Celma Albuquerque (Rua Antônio de Albuquerque, 885, Savassi), Cícero Mafra (Rua Xingu, 487, Alto Santa Lúcia), Dotart ( Rua Bernardo Guimarães, 911, Funcionários), Lemos de Sá (Av.
Canadá, 147, Jardim Canadá), Manoel Macedo (Rua Lima Duarte, 158, Carlos Prates), Murilo Castro (Rua Benvinda de Carvalho, 60, Santo Antônio), Orlando Lemos (Rua Melita, 95, Jardim Canadá) e Quadrum (Av. Prudente de Morais, 78, Cidade Jardim).


CIRCUITO DE ARTE 10 CONTEMPORÂNEO

Abertura no sábado (2/9). As galerias vão funcionar das 10h às 18h. Entrada franca. Programação completa: www.10contemporaneo.com.br..