Em nova turnê pelo Brasil, o espetáculo retorna aos palcos de Belo Horizonte esta noite (17), no Cine Theatro Brasil Vallourec, onde esteve em cartaz pela primeira em 7 de dezembro daquele mesmo ano. Assinado por Fernando Duarte, o texto propõe um encontro do espectador com Marylin Monroe (1926-1962), atriz que, ao contrário de Marília Pêra, se apressou em abreviar a carreira. Aos 36 anos, no auge do sucesso, a estrela de Hollywood - vivida por Danielle Winits - morreu por overdose de tranquilizantes, num provável suicídio. O enredo gira em torno dos bastidores do filme Something’s got to give, protagonizado por Marilyn e interrompido por ocasião de sua morte em 1962.
Na primeira temporada da peça, Margot era interpretada pela atriz Maria Eduarda de Carvalho. Substituí-la significou para André Gonçalves um desafio e tanto. Margot, amiga que Marilyn traiu ao se casar com o namorado dela - o jogador de baseball Joe DiMaggio - é o primeiro papel feminino do ator. Recatada e muito delicada, a jovem é certamente a antítese do artista, conhecido por seu temperamento explosivo. “Já fiz cross-dresser num programa do Multishow. Mulher é a primeira vez. Me inspirei em mulheres famosas da época, como (a ex-primeira dama americana) Jackeline Kennedy, a (atriz) Grace Kelly e a (estilista) Coco Chanel”, conta Gonçalves.
Já à Danielle, que está no elenco desde a primeira versão do espetáculo, cabe o constante esforço de desconstrução do mito da sex symbol. A ideia, segundo a protagonista, é aproximar o espectador de Norma Jean (nome de batismo de Monroe), pessoa comum por trás do glamour dos estúdios cinematográficos. “Em 2015, no primeiro dia de ensaio, a Marília me disse: ‘Temos que desconstruir o mito. Nossa Marilyn está em casa. Vamos pensar na mulher por trás do mito.’ E foi a partir daí que comecei a montar a personagem. Ela poderia ser um mero show de sex appeal, mas fui por outro caminho. O que mais me interessou no projeto foi justamente poder trazer à tona essa figura humanizada, que tem suas vulnerabilidades como qualquer ser humano”, diz Winits.
A história da americana talvez explique muitos de seus comportamentos desagradáveis. Sua infância foi muito triste, permeada por orfanatos. Adulta, casou-se três vezes - alguns relacionamentos foram abusivos - e teve três abortos. Marilyn sofria de ainda depressão profunda e fazia uso de medicamentos sem orientação médica, o que fez com que se tornasse dependente de barbitúricos. “Mesmo com todos esses problemas, o que ficou pra mim dela foi admiração e respeito. Marylin foi uma sobrevivente. Como ela mesmo diz no texto: ‘Na vida precisamos de referências’. Ela não tinha. É isso”, conclui André Gonçalves.
Depois do Amor
Com Danielle Winits e André Gonçalves. Direção e dramaturgia de Fernando Duarte. Quinta e sexta, 17 e 18 de agosto, ás 21h, no Grande Theatro Unimed-BH do Cine Theatro Brasil Vallourec. Ingressos: R$ 50 (meia entrada conforme Lei Nº 12.933/2013). Vendas: https://cinetheatrobrasil.com.br/ ou na bilheteria do teatro. Informações: 3201-5211