Para abrir a noite de hoje, o violonista Turibio Santos falará sobre a obra de Villa-Lobos, recriando o ambiente violonístico do compositor. Na sequência, o Quarteto Radamés Gnattali apresenta Quarteto para cordas nº 12 (1950) e Quarteto para cordas nº 15 (1954). No dia 12, retornam ao CCBB para mostrar Quartetos para cordas 16 (1955) e 17 (1957). Com repertório dedicado à música brasileira, Radamés Gnattali é considerado um dos principais quartetos de cordas da América Latina. Hoje, executam o Quarteto n° 12; composto pelas peças Allegro, Andante malinconico, Allegretto leggiero e Allegro ben ritmato; e o Quarteto n° 15, com Allegro non troppo, Moderato, Scherzo (Vivace) e Allegro.
Juntamente aos concertos, têm sido realizadas palestras sobre a vida e o legado do compositor.
Nos quatro concertos realizados no CCBB, o quarteto transita pela obra de Villa-Lobos, que foi dividida a partir dos períodos criativos do compositor: ciclo nacionalista, ciclo exploração, ciclo música urbana e ciclo maturidade. Para quem conhece a obra, o momento é para desfrutar e, para quem ainda não é iniciado, o evento é uma oportunidade para conhecer as composições que, além de executadas, serão apresentadas pelos músicos.
Aos 15 anos, Turibio teve um encontro inspirador com Villa-Lobos, durante conferência sobre composições para violão, em evento na Urca, no Rio de Janeiro. Turibio se recorda que, apesar de pequeno, o público contava com a mulher de Villa-Lobos, a violinista Arminda Neves d’Almeida (1901-1985), e o biógrafo Adhemar de Nóbrega (1917-1979). Na época, o jovem ficou encantado com o compositor, que falou por mais de três horas sobre suas composições. A proximidade de Turibio com o maestro e, mais tarde, com Arminda, resultou na gravação do primeiro disco do violonista. “Villa-Lobos morreu em 1959. Um ano depois, Arminda estava empenhada em criar o museu. Ela foi minha madrinha musical e, aos 19 anos, gravei meu primeiro disco.”
Na palestra-concerto em BH, Turibio deve retomar o tempo que esteve à frente do Museu Villa-Lobos, localizado em Botafogo, no Rio de Janeiro. “Falo das várias facetas da obra. O fato de ele ser um gênio é inconteste, mas retomo a percepção aguda que ele tinha acerca do ensino da música e a valorização do tesouro brasileiro, a música folclórica, as manifestações de todo o Brasil por onde ele circulou.” Turibio destaca a dedicação de Villa-Lobos na invenção de currículos musicais. “Ele era autodidata e criava por ele mesmo currículos tanto para instrumentos como aulas vocais.”
A grandeza musical de Villa-Lobos pode ser atestada na obra com mais de mil composições e também pela importância que ele conseguiu imprimir no ensino da música.
VILLA-LOBOS
PARA CORDAS
Palestra “Villa-Lobos e o violão”, com Turibio Santos, às 19h30; e concerto, com Quarteto Radamés Gnattali, às 20h30. Hoje, no Centro Cultural Banco do Brasil (Praça da Liberdade, 450, Funcionários,
(31) 3431-9400). Entrada franca, mediante retirada de ingressos
1 hora antes da apresentação, na bilheteria do CCBB-BH.