O segundo e o terceiro lugares ficaram, respectivamente, com Wagner Almeida, de Belém do Pará (PA), com o trabalho Luz vermelha, e com Lalo de Almeida, de São Paulo (SP), com ensaio Microcefalia as vítimas do zika vírus. Eles receberão R$ 42,8 mil cada um. Nos três trabalhos vencedores predominam as sombras e imagens trágicas da realidade brasileira.
Formado em jornalismo pela PUC Minas, Rodrigo diz que, apesar de cursar a faculdade, nunca se dedicou ao fotojornalismo.
“Quando comecei a estudar jornalismo, sabia que não era isso que sabia fazer de fato. Sempre me identifiquei mais com a fotografia contemplativa e artística e, então, comecei a direcionar meu olhar para isso, para trabalhos em galerias de arte e institucionais”, explica.
Depois de morar seis anos em Belo Horizonte, o fotógrafo voltou para Ipatinga em 2012, quando se assustou com a mistura entre as arquiteturas urbana e industrial.
O fotógrafo contou que o ensaio só foi possível devido à boa vontade dos moradores, que permitiram, de certo modo, a invasão de sua privacidade, fato que lhe permitiu aproximar o cotidiano social da atividade siderúrgica. Nas imagens, o primeiro plano destaca os personagens nas janelas e sacadas das construções e, ao fundo, estão as estruturas gigantes de chaminés e altos-fornos da usina. Rodrigo destaca a escolha em fotografar à noite, evidenciando o mito do “monstro noturno”. A lenda urbana diz que, enquanto a cidade dorme, a fábrica lança na atmosfera quantidades multiplicadas de resíduos – uma suposta “tramoia”, estimulada pela suposição de que menos gente observaria aqueles resíduos.
Esta edição do Prêmio FCW de Arte contou com 510 ensaios fotográficos inscritos, entre publicados e inéditos, originários de 24 estados brasileiros. A cerimônia de premiação ocorrerá em 20 de setembro, em São Paulo, junto à entrega do Prêmio FCW de Ciência e Cultura. Os 16 primeiros colocados (os três premiados mais 13 finalistas) vão integrar uma edição especial do livro comemorativo do Prêmio FCW de Arte 2016. Criado em 2002 pela Fundação Conrado Wessel, o prêmio FCW reconhece anualmente talentos nos campos da arte, ciência, medicina e cultura. A primeira modalidade seleciona 100 trabalhos fotográficos por ano, oferecendo troféus e quantias em dinheiro aos primeiros colocados.
Zeferino diz que vencer o concurso foi uma surpresa, apesar de saber que seu trabalho tinha know how para ficar entre os 16 que fazem parte do livro comemorativo.