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Mineira Cinthia Marcelle recebe menção especial na Bienal de Veneza

Artista ocupa sozinha o Pavilhão Brasileiro da mostra, que foi aberta neste sábado, 13; menção destaca caráter 'enigmático' da instalação de Marcelle e do vídeo de Tiago Mata Machado

Ansa

A artista Chinthia Marcelle - Foto: Elisa Mendes/Divulgação

O Pavilhão do Brasil na 57ª Bienal Internacional de Arte de Veneza recebeu o prêmio de menção especial neste sábado, 13, por criar um "espaço enigmático" no evento. "Por uma instalação que cria um espaço enigmático e instável no qual não podemos sentir seguros. Tanto a estrutura da instalação como o vídeo de Tiago Mata Machado enfrentam problemáticas da sociedade brasileira contemporânea", informaram os organizadores do evento.


O pavilhão brasileiro conta com a artista mineira Cinthia Marcelle, que foi escolhida pela Fundação Bienal de São Paulo para representar o Brasil no evento. O prêmio principal da Bienal, o Leão de Ouro, foi para Franz Erhard Walther, do Pavilhão do Alemanha, que conta com a curadoria de Anne Imhof. Já o Leão de Ouro pela carreira foi entregue para a artista norte-americana Carolee Schneemann. A Bienal de Veneza começou neste sábado, 13, e segue até o dia 26 de novembro.


Considerado um dos principais e mais comentados pavilhões nacionais da 57ª edição da Bienal Internacional de Arte de Veneza, o pavilhão do Brasil traz neste ano uma novidade: apenas um artista brasileiro representará o país.

 

Imagem do vídeo Nau, de Cinthia Marcelle e Tiago Mata Machado - Foto: Nesta edição, o curador da 32ª Bienal de São Paulo, Jochen Volz assumiu a curadoria do pavilhão em Veneza e foi responsável pela escolha da artista mineira Cinthia Marcelle para representar o Brasil. Segundo Volz, esta é "a primeira vez, desde 2011, que um único artista representa o país na mostra de arte contemporânea".

A instalação proposta por Marcelle cria um desnivelamento no piso do pavilhão e sua obra carrega uma enorme carga dramática.

 

"Quem entra ali perde um pouco a noção de equilíbrio. É uma obra que ativa a perspectiva do espectador porque propõe incentivar mais as descobertas do que os julgamentos", afirma. Para ele, Marcelle representa uma geração de artistas que está "a par da história da arte brasileira do século 20, e desenvolveu na última década um vocabulário que une experimentação visual com rigor conceitual".


A representante brasileira participou de competições individuais na América do Sul e na Europa, da 11ª Bienal do Sharjah, em 2015, e apresentou a instalação "Dust Never Sleeps", em Viena, em 2014. Já em 2006, recebeu o "International Prize for Performance por Gray Demonstration". As características encontradas na arte da mineira estão entre as mais fortes já apresentadas pelo Brasil.

 

A Bienal de Veneza ocorre desde 1895 e inclui obras de arquitetura, artes visuais, música, teatro, dança e cinema. No entanto, o pavilhão do Brasil foi construído em 1964 como um espaço que "o próprio país escolhe e expõe artistas que o representam", afirma Volz.


"Desde 1995, a responsabilidade por essa escolha é da Fundação Bienal de São Paulo, a segunda mais antiga no gênero em todo o mundo, em colaboração conjunta entre o Ministério das Relações Exteriores, que é o mantenedor do pavilhão brasileiro, o Ministério da Cultura e a Fundação Bienal de São Paulo", explicou Volz. Entretanto, para a exposição principal, "Viva Arte Viva", foram convidados representantes de boa parte da América Latina, inclusive os brasileiros Ayrson Heráclito, Ernesto Neto e Paulo Bruscky.





 

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