Durante cinco dias, o Centro Histórico respirará fotografia com atividades gratuitas para contemplação e qualificação de quem pretende enveredar pela criação de imagens. “No período da quaresma, a ocupação na cidade é baixa. Por isso o festival ganhou a simpatia das pessoas. Ativa a economia nesta época de forma muito positiva. Fotografar é dar importância às coisas, é um ato de carinho”, diz Eugênio Sávio, coordenador do festival.
Uma das novidades será a Mostra de Portfólio, formato em que 25 artistas selecionados apresentam suas obras. Para chegar a esse grupo, os organizadores analisaram cerca de 700 trabalhos de vários estados brasileiros e até de outros países. Um pouco diferente das exposições, a ideia da mostra é permitir que cada um dos selecionados apresente as fotos, de maneira interativa, em mesas montadas na Escola Municipal Marília de Dirceu. “Eles vão apresentar as fotos impressas e poderão ter o retorno do público”, adianta Eugênio
Como parte do desejo dos organizadores do festival de estabelecer diálogo com iniciativas semelhantes, haverá um eixo dedicado à produção do Nordeste do Brasil. A curadoria foi feita por João Castilho, Pedro David e Gabriela Sá. “São trabalhos que tratam de questões existenciais, dificuldade da vida, relacionamentos, temáticas abordadas pela arte como um todo”, afirma Eugênio. A proposta nasce do intercâmbio com o Festival de Fotografia de Fortaleza, realizado este mês no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. “Trouxemos parte desses trabalhos para cá e pretendemos levar daqui pra lá também. Estabelecer os diálogos e multiplicar as curadorias”, pontua Eugênio.
A experimentação de suportes está presente nas distintas formas de produção, mas também na exibição das imagens. “Os artistas são múltiplos, com linguagens híbridas. Muitos usam vídeo e apresentam o trabalho com auxílio do iPad.” Dentro dessa filosofia, são realizadas projeções cuja curadoria foi realizada por Felipe Abreu. A proposta foi convidar o maior número possível de escolas de fotografia e coletivos para realizar as projeções. Eugênio adianta que pelo menos 300 profissionais deverão apresentar seus trabalhos.
Outro eixo é a apresentação e lançamento de fotolivros de 20 autores brasileiros
Eugênio destaca a parceria com os empresários locais, elemento essencial para viabilizar o evento economicamente. “O festival nasceu grande. Havia uma ansiedade para criar espaço para trocar ideias sobre a produção nacional e mineira. A cada ano melhoramos a qualidade, aprimoramos o jeito de fazer. É o resultado do esforço de muita gente, que sua a camisa”, conclui. As atividades são oferecidas gratuitamente, sem a necessidade de inscrição prévia, sujeitas apenas à limitação do espaço.
Um dos debates mais esperados será entre os fotógrafos Érico Hiller, João Marcos Rosa e o editor da revista National Geografic Brasil, Ronaldo Ribeiro, no sábado, às 20h no Centro Cultural Yves Alves. Jornalista, Ronaldo Ribeiro atua como editor da tradicional revista desde o início de sua publicação, em 2000. Fotógrafo documental, Érico desenvolve projetos com temáticas humanitárias. João Marcos Rosa iniciou a carreira em 1998, documentando a cultura e a biodiversidade brasileira. Desde 2004, é colaborador regular da National Geographic Brasil. Os três debaterão como a fotografia pode contribuir para a preservação do meio ambiente.
J. R. Duran, Cristina de Middel, Anna Kahn, Joaquim Paiva, Rogério Assis, Alexandre Belém, Mauro Restiffe, Pedro David, Nydia Negromonte, Paula Huven, Renata Marquez, Patrícia Veloso, Inês Bonduki e Rafael Roccato são outros nomes de referência na fotografia contemporânea que falarão dos respectivos trabalhos.
7º FESTIVAL DE FOTOGRAFIA DE TIRADENTES
De hoje a domingo, no Centro Cultural Yves Alves (Rua Direita, 168, Centro Histórico, Tiradentes). Inscrições para as oficinas e informações sobre o festival: clique aqui.