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Com novos livros, Amyr e Marina Klink participam do Sempre um Papo

Navegador e fotógrafa debatem com público de BH nesta segunda, 13, sobre 'Não há tempo a perder' e 'Antarctica, olhar nômade'

Ana Clara Brant

Imagem do livro de Marina Klink sobre a Antártica - Foto: FOTOS: MARINA KLINK/DIVULGAÇÃO

 

Quando criança, Amyr Klink foi com o pai para a praia, no Guarujá, litoral paulista, e levou um caldo, comeu areia e quase se afogou. Tomou pavor do mar. “Até meus pais ficaram preocupados de eu nunca mais querer saber de mar. Lembro de ouvir meu pai comentando: ‘Esse garoto não vai prestar para o mar’”, conta.   

 

Ironicamente, Amyr tornou-se um dos maiores navegadores do mundo, mas admite que o temor pelos oceanos ainda existe. “Eu ainda tenho medo (risos). Por isso construo barcos tão eficientes. Mas, desde que descobri que aquela água toda que tinha em frente à minha casa poderia ser um caminho para conhecer e desbravar vários lugares, tudo mudou.

 

O mar tem essa possibilidade de conectar distâncias, diferenças. É fantástico”, afirma. Além de ter feito do mar o seu ofício, Amyr se casou com uma Marina

. “Além da minha esposa, tenho uma filha que se chama assim e ainda construí a Marina de Paraty (RJ). Quando falo que vou ver a Marina, é uma confusão só”, brinca.


Amyr e Marina Klink estarão nesta segunda, 13, no projeto Sempre um Papo, no auditório da Cemig, no Santo Agostinho, para o debate e o lançamento de seus livros Não há tempo a perder (Foz e Tordesilhas), relato autobiográfico de Amyr sobre a sua trajetória de navegador e Antarctica, olhar nômade (Editora Brasileira), com fotografias de Marina naquele continente.

DEPOIMENTO Com diversos livros publicados, pela primeira vez o navegador, que é formado em economia, decidiu fazer uma obra no formato de depoimento. Ele revê e relata sua caminhada profissional e pessoal para a diretora editorial Isa Pessoa. “Gosto muito de escrever, mas sou chato, meio sistemático. Costuma ser um processo de anos. A Isa acabou me convencendo para acelerar esse procedimento. Fizemos a espinha dorsal dos assuntos, e eu fui dando os depoimentos. Ficou algo mais leve”, avalia Amyr, que prepara um livro (ainda sem previsão de conclusão) sobre a história de Paraty, onde vive com a família, e a relação da cidade fluminense com a navegação, desde os seus primórdios.

O menino que se apaixonou primeiramente pelas canoas e posteriormente transformou-se no maior navegador do Atlântico Sul faz questão de ressaltar em Não há tempo a perder que os fracassos e frustrações foram e são suas maiores fontes de aprendizado e que passou a valorizar cada vez mais a questão do tempo. Amyr destaca que, no Brasil, temos a cultura de não ter urgência e estamos sempre adiando as coisas por qualquer razão. “A única coisa que não podemos resgatar é o tempo, ele vai escorrendo pelas mãos

. Por isso a importância de não desperdiçá-lo e deixar para depois. Outra coisa que acho muito importante frisar é que o sucesso ilude. Não que eu seja pessimista, mas gosto de entender por que dá errado. Tenho vários amigos e conhecidos que acham que tudo o que fiz deu certo. E não é bem assim. Tenho vários projetos que nunca se concretizaram ou fracassaram”, afirma.

Não há dúvidas de que o homem que atravessou o Atlântico Sul num barco a remo, encarou o inverno antártico e fez a circunavegação polar pelo caminho mais difícil adora viajar. Mas não é qualquer viagem. “Não tenho a menor vontade de ir para Paris só para passear ou mesmo ficar batendo perna. Quero ir para lá por algum motivo real, como estudar o sistema hidráulico dos túneis ou mesmo ir para Miami e estudar os canais que passam por lá. A viagem tem que ter um fim, um objetivo”, diz.

 

Sempre um Papo com Amyr Klink e Marina Klink
Segunda, 13, às 19h30, no Auditório da Cemig (Av. Barbacena 1.200, Santo Agostinho). Entrada franca
Mais informações: (31) 3261-1501 e www.sempreumpapo.com.br