Radicada em São Paulo, a autora belo-horizontina esteve no Espanca, na semana passada, para a apresentação de Canções de amor. Volta à capital, nesta terça (27), para o lançamento de Parem de nos matar, que ocorre no evento Chá da Dona Jovem, realizado pelo Museu dos Quilombos e Favelas Urbanas (Muquifu), na Vila Estrela, Região Centro-Sul. Na quinta (29), estará na recém-inaugurada Livraria Bantu, na Avenida dos Andradas. No Chá da Dona Jovem, Cidinha compõe mesa com a historiadora Josemeire Álves e a cientista política e vereadora Áurea Carolina, que comentam a obra. Durante o evento, ela autografa Canções de amor e Parem de nos matar.
Parem de nos matar é a segunda publicação da Ijumaa, editora paulista comandada por três mulheres. O primeiro foi o livro de Mel Duarte, jovem escritora bastante celebrada nos saraus e slams de poesia. Cidinha segue a trilha aberta por outras escritoras negras, como Carolina de Jesus, Suely Carneiro e Conceição Evaristo. “O livro pretende ser um olhar caleidoscópico para essa situação de violência aos direitos humanos de pessoas negras na África, no Brasil e na diáspora.
Com a literatura, a autora propõe uma reflexão sobre tema em crônicas escritas no período de 2012 a 2016. Cidinha trata de episódios de mortes de jovens negros – em chacinas, o assassinato do dançarino do Esquenta DG, Cláudia Ferreira, entre outros – e mortes simbólicas, como no caso de racismo envolvendo o goleiro Aranha, e outros apagamentos simbólicos nos meios de comunicação. “Gosto de futebol. Pela primeira vez trago uma coletânea que aborda o racismo no futebol.”
Ao chegar no 11º livro publicado, Cidinha alcança os 10 anos de carreira com estilo mais apurado. “Alguns escritores chegam prontos. O primeiro livro é um abalo. Tem outros que não. Crescem e amadurecem a cada livro. É nesse segundo grupo que me enquadro”, diz. A maturidade foi o que permitiu a incursão pela poesia em Canções de amor e dengo. “É meu primeiro livro de poemas. São experimentações. Queria me desafiar no formato”, conta sobre a obra, que reúne 40 poemas, escritos em diferentes momentos.
O livro fala de experiências de amor e desamor.
LANÇAMENTO
Chá da Dona Jovem recebe Cidinha, na Igreja das Santas Pretas. Nesta terça (27), às 18h, no Museu dos Quilombos e Favelas Urbanas – Muquifu (Rua Santo Antônio do Monte, 708, Vila Estrela/Santo Antônio). Entrada franca.