Uai Entretenimento

Tommy Hilfiger fala sobre as pegadinhas da fama

Estilista lança livro e conta como se tornou sucesso no competitivo mundo da moda

AFP
Trevor Collens/AFP - Foto: Trevor Collens/AFP
Estar muito na moda pode ser negativo para os negócios, afirma o ícone fashion Tommy Hilfiger. O estilista, de 65 anos, lançou o livro de memórias American dreamer durante a Feira do Livro do Miami Dade College, na Flórida (EUA).

Ele contou que foi obrigado a reinventar sua marca. Um dos pontos de inflexão da Tommy Hilfiger ocorreu nos anos 1990, quando artistas do hip-hop aderiram à grife. “Naquela época, comecei a produzir roupas de tipo esportivo, com grandes números e logos enormes, e os rappers Snoop Dogg, Puff Daddy e Jay Z começaram a usá-las. O negócio cresceu muito por isso, até que a marca ficou extremamente grande. Quando todo mundo usa a mesma coisa, os primeiros usuários já não querem mais, porque a veem em todas as partes, como aconteceu recentemente com a Abercrombie & Fitch e com a Gap. Assim, tivemos que nos reinventar até que o negócio voltou a decolar”, revelou Tommy.

POSTO DE GASOLINA O designer nega ter dito a Oprah Winfrey que sua roupa não era pensada para ser comprada pelas minorias. “Isso é mentira, é falso.
Foi algo feito para prejudicar a mim e ao meu negócio”, garante. Hilfiger lembrou que sua primeira loja foi aberta em Nova York com US$ 150, que ele ganhou ao trabalhar num posto de gasolina. “Não sabia o que fazer da vida. Gostava de rock e das roupas que os roqueiros usavam” conta ele. “Comecei com 20 pares de jeans em uma loja pequena e depois expandi para os campi universitários. Era 1969, houve uma revolução na moda e na música. Foi o verão de Woodstock, Jimmy Hendrix e The Who. Todos eles usavam calças baixas, faixas na cabeça, colares de contas, a moda hippie. Quis ser parte desse movimento”, relembra.

Hoje, a marca aposta no chamado clássico americano. A mudança ocorreu no início dos anos 1980. “Queria criar uma roupa que todos pudessem usar. Sabia que se redesenhavam os clássicos americanos e surgiam clássicos novos, e assim faria um grande negócio”, explica. A opção acertada impulsionou a grife.
“Escolhi o estilo com o qual cresci: camisas de botões e calças de pregas, esportiva, casual, mas o redesenhei para que ficasse novo e leve”, diz.

OUTDOOR Em 1986, a marca estourou graças a um anúncio luminoso. “Não tinha dinheiro para fazer publicidade, mas conheci o gênio George Lois, que me disse: ‘Se você anunciar da mesma maneira que os outros da moda fazem, levará 20 anos para construir uma marca. Tem que ser algo diferente, perturbador, fora do padrão’”. Lois, então, comparou aquele “desconhecido” a três ícones do momento: Ralph Lauren, Calvin Klein e Perry Ellis.

“Quando colocaram o anúncio na Times Square, em Nova York, havia uma lista dos quatro grandes designers americanos, e eu era o quarto. As pessoas falavam: ‘Quem é esse? Quem ele pensa que é?’; e depois: ‘Mas como será a sua roupa?’. E todos foram vê-las.”

Lição de Tommy Hilfiger: só alcança o sucesso quem tem coragem de quebrar os padrões e fazer algo diferente. .