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Academia Sueca: Bob Dylan é 'um grande poeta na tradição poética inglesa'

"Ele encarna essa tradição", disse Sara Danius, lembrando que há 54 anos o cantor, poeta e compositor se reinventa, criando novas identidades

Agência Brasil
A secretária permanente da Academia Sueca, Sara Danius, fez hoje o anúncio do Nobel de Literatura para Bob Dylan - Foto: Bob DylanJonas Ekstromer/Agência Lusa/direitos reservados

Em uma curta entrevista após anunciar o Nobel de Literatura para o cantor e compositor norte-americano Bob Dylan, a secretária permanente da Academia Sueca, Sara Danius, disse que Dylan mereceu o prêmio por ser "um grande poeta na grande tradição poética inglesa".

"Ele encarna essa tradição", disse Sara, lembrando que há 54 anos o cantor, poeta e compositor se reinventa, criando novas identidades. 

Instada a escolher uma canção emblemática do Nobel da Literatura, Sara Darius disse que o álbum Blonde on Blonde, de 1966, "é um exemplo extraordinário da sua forma brilhante de rimar e do seu pensamento pictórico". 

A representante da Academia Sueca lembrou ainda, quando questionada sobre a especificidade da poesia de Dylan, que foi escrita para ser cantada e que também Homero e Safo, há mais de 2 mil anos, escreveram poesia para ser ouvida. 

Em 2015, o Nobel da Literatura foi atribuído à escritora bielorrussa Svetlana Aleksievitch. 

Atribuído pela primeira vez em 1901, ao francês Sully Prudhomme, o Nobel da Literatura, um dos mais midiáticos, ao lado do Nobel da Paz, é sempre anunciado numa quinta-feira, normalmente na primeira semana de outubro – na mesma em que os outros quatro prêmios criados por Alfred Nobel são anunciados. 

Este ano, no entanto, o prêmio para a área da Literatura é o último a ser anunciado, algo que a Academia Sueca atribuiu a questões de calendário, mas que os meios de comunicação suecos suspeitam dever-se à dificuldade dos membros em chegar a um acordo sobre um nome. 

Desde 1901, quando os prêmios Nobel foram atribuídos pela primeira vez, foram entregues 108 prêmios Nobel da Literatura, 14 dos quais a mulheres. 

Os prêmios Nobel nasceram da vontade do químico, engenheiro e industrial sueco Alfred Nobel (1833-1896) doar a sua imensa fortuna para o reconhecimento de personalidades que prestassem serviços à humanidade. 

O inventor da dinamite expôs esse desejo num testamento redigido em Paris, em 1895, um ano antes de sua morte. .