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Noturno nos Museus: BH é invadida por artistas nacionais e internacionais

Abrangendo vários estilos e épocas, exposições dão um bom panorama do atual cenário das artes visuais

Walter Sebastião

Noturno dos Museus estende a programação dos espaços culturais em Belo Horizonte. - Foto: Beto Novaes/EM/D.A Press

 

Várias exposições em cartaz em Belo Horizonte merecem ser visitadas. Práticas tradicionais e experimentação se mesclam, compondo um bom panorama do que anda acontecendo pelo mundo das artes visuais, sejam mostras em espaços mais convencionais ou em endereços alternativos.


A cidade conta com uma cena de arte independente muito ativa. As exposições oferecem uma atração a mais: estão em locais tranquilos, geralmente com temperatura amena e entrada franca.

Aproveitando esse bom momento, a Fundação Municipal de Cultura realiza hoje o projeto Noturno nos Museus. O evento levará programação especial a 34 espaços de BH, que, além de estender seu horário de funcionamento, oferecem outras atrações, como shows, palestras, visitas guiadas e até balada gastronômica.

 

No Museu de Arte da Pampulha/MAP (Av. Otacílio Negrão Lima, 16.585), a agenda contará com palestras, corais e os shows de Marina Machado (21h) e Noite de jazz (22h). A mostra Ser moderno poderá ser visitada até a meia-noite. A Casa Kubitschek (Av. Otacílio Negrão de Lima, 4.188) receberá a peça Ópera de sabão (19h) e show de Affonsinho (22h).

Na Casa Fiat de Cultura (Praça da Liberdade, 10), das 19h às 23h, será realizado o evento gastronômico Uaine Night.

O Museu Histórico Abílio Barreto (Av. Prudente de Morais, 202, Cidade Jardim) programou apresentação da Orquestra de Câmara do Sesc (20h) e shows do Duo Mano a Mano (21h30) e de Felipe Vilas Boas (22h30). No Centro, a mostra Arteminas, no Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537), pode ser visitada até as 23h. No Centro Cultural UFMG (Av. Santos Dumont, 174), a exposição de Helio Siqueira será encerrada à meia-noite.

MONDRIAN Uma das atrações do Noturno é a exposição Mondrian e o Movimento De Stijl, que ficará em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) até segunda-feira, 26, mas hoje pode ser vista até as 23h. A simpática mostra procura traçar todo o caminho percorrido pelo artista até chegar às pinturas com linhas verticais e horizontais usando apenas azul, vermelho e amarelo, que fizeram do holandês um ícone da história da arte.

O compositor e cantor Flávio Venturini foi até o CCBB e elogiou o que viu. ''Mondrian é um artista que sempre admirei, gosto muito de arte moderna e abstrata'', conta, observando que, em casa, tem trabalhos ligados a essa estética. Venturini considera que sua música instrumental (''sem pretensão e que mostro pouco'') tem muito de abstração. Ele se surpreendeu ao ver peças ligadas ao design e à arquitetura dialogando diretamente com os princípios da arte do holandês. ''É uma exposição muito bem montada e importante'', avalia.

Jeaneth Xavier Dias, professora de história da arte da Escola de Design da Universidade do Estado de Minas Gerais, recomenda a visita ao CCBB. ''A mostra está muito bem organizada, fundamentada historicamente e traz pesquisa teórica bem-feita, não apenas sobre Mondrian, mas sobre o De Stijl e os arquitetos e designers que participaram do movimento. Gosto do conjunto de peças reunidas e acho importante trazer a questão do mobiliário'', diz.
Ela recomenda atenção às informações, vídeos e textos ''que poderiam ser em letra maior''.

Para quem gosta de grandes nomes da arte, vale lembrar: está em cartaz, no Museu Inimá de Paula, exposição de Fernando Botero. Traz pinturas avulsas, pontuando temas caros ao artista. Todas as telas são atravessadas pela reconhecida perícia do artista em recriar vivências e dubiedades da realidade latino-americana.

MINAS
As galerias do Palácio das Artes são ocupadas por artistas do estado, pontuando a produção mineira: Roberto Vieira, Jorge dos Anjos, Marco Túlio Resende e Cláudia Renault. O primeiro integra a geração que, na passagem dos anos 1960 para os 1970, defendeu visão mais crítica do contexto e da história de Minas.

Essa mirada também pode ser observada em obras de Marco Túlio Resende e Cláudia Renault. Autores de visualidade marcadamente urbana, eles chegam a construir suas peças com detritos das cidades. Jorge dos Anjos é contemporâneo da dupla, mas se dedica à poética que, destacando a cultura negra, instaura singular consideração sobre a ''alma'' humana.


NOTURNO DOS MUSEUS


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