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Google Arts & Cultura oferece visita virtual aos mais importantes museus do planeta

Acervo de 6 milhões de imagens documenta arte e cultura em diversas cidades. BH tem poucos registros e foto equivocada

Pedro Galvão
Museu do Amanhã, no rio de Janeiro, é um dos parceiros do aplicativo - Foto: VANDERLEI ALMEIDA/AFP
Para a ciência, o Big Bang foi a explosão que deu origem a todo o universo que conhecemos. Sendo assim, o que dá para imaginar quando alguém fala em “Big Bang cultural”? Foi assim que Amit Sood, diretor cultural do Google, definiu, em fevereiro passado, o aplicativo Google Arts & Culture, colocado à disposição do público neste mês de julho.


A plataforma, de acesso gratuito via web, Android e iOS, é um acervo virtual que reúne conteúdos de mais de mil museus e instituições culturais de todo o mundo. Além de fotos em alta resolução de várias obras, como pinturas e esculturas, o usuário também encontra vídeos e possibilidades de interação em 360 graus, com a já conhecida tecnologia do Google Street View, que permite visitas virtuais por espaços culturais de várias partes do planeta.

O objetivo, segundo o Google, é universalizar o acesso à cultura. Daí a comparação com o fenômeno que fez surgir o mundo. Quem nunca foi ao Louvre, em Paris, ou ao MoMA, em Nova York, por exemplo, pode visualizar boa parte do que está nesses museus via aplicativo e até dar um passeio pelos interiores e áreas externas deles, graças à tecnologia.

REFERÊNCIA  Além dos museus mais importantes do planeta, espaços culturais de referência de pelo menos 70 países estão no catálogo on-line montado pelo Google. As pesquisas no aplicativo podem oferecer resultados separados por artista, movimento artístico ou material. Ou seja, se o seu interesse for específico pela obra de Monet, por trabalhos produzidos durante o Renascimento ou se a sua curiosidade for pelas formas como a madeira é representada na arte, basta digitar, clicar e conferir os resultados na tela do celular ou do computador.

Para quem não quer procurar, o serviço apresenta uma série de exposições, com fotos e vídeos, realizadas em parceria com diversas instituições culturais. Os temas são vários, contemplando épocas ou fatos.

Às vésperas dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, a exposição Visibilidade para o futebol feminino, do Museu do Futebol de São Paulo, que mostra a história, as dificuldades e as façanhas da modalidade no Brasil, é um dos destaques, assim como Rio, que reúne uma série de charges e cartazes de Ziraldo sobre a Cidade Maravilhosa. A Olimpíada na capital carioca também motivou uma série especial de tours virtuais em 360 graus por alguns dos principais pontos turísticos da cidade: o Cristo Redentor, a Escadaria Selarón, os arcos da Lapa e a pedra da Gávea.

Esse tipo de viagem on-line via aplicativo é outro recurso possível na plataforma. O Arts & Culture permite ao usuário fazer a busca por local, acessando todo o conteúdo artístico e cultural do catálogo relacionado ao lugar em questão. Isso inclui desde o acervo de alguns museus ali localizados até imagens de alguma forma relacionadas com a cidade, estado ou país, mesmo que estejam alocadas fora dali. Além das imagens artísticas, passeios virtuais por alguns dos pontos mais emblemáticos para a cultura de cada lugar estão disponíveis. Um giro pelo Stonehenge, na Inglaterra, ou pelo Templo Yakushi-ji, no Japão, são sugestões, logo na página inicial de navegação.

Apesar de horizontes tão amplos oferecidos pela ferramenta, as nossas belezas ainda estão um pouco esquecidas pelo aplicativo. Quem digita Belo Horizonte no buscador logo encontra uma antiga foto da marquise do Cassino Pampulha e outra de crianças brincando na sede do Atlético, em 1950. As imagens pertencem à coleção do Instituto Moreira Salles, uma das instituições parceiras do Google na empreitada. Ao lado do texto descritivo sobre a cidade, também aparece uma foto da Praça da Liberdade, mas da homônima da cidade do Porto, em Portugal, erroneamente associada a BH pelo sistema. Nenhum museu da capital está listado e não há pontos turísticos disponíveis para o tour virtual. Nem mesmo o Complexo Arquitetônico da Pampulha, recentemente reconhecido pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade, teve vez.

Em compensação, a arte mineira está representada por outros locais. O Instituto Inhotim, localizado em Brumadinho, na Região Metropolitana de BH, é outro parceiro e tem uma coleção com 91 obras à disposição dos usuários, que ainda podem caminhar virtualmente pelo interior do verdejante espaço. Ouro Preto e Diamantina, dois berços da história e da cultura não só de Minas, mas do Brasil, também estão no arquivo.
Os centros históricos das duas cidades estão mapeados pelo Street View e à disposição para a visitação on-line.

Se história e arte sempre caminham juntas, nesse novo serviço do Google não é diferente. Além das obras e artistas, o usuário pode buscar por momentos históricos para acessar uma grande diversidade de conteúdos relacionados. São mais de 500 fatos à disposição. Através de fotos, documentos e artefatos, é possível viajar no tempo, por exemplo, até o Programa Apollo, que levou o homem à lua, às guerras mundiais, ao assassinato de John F. Kennedy, em 1963, ou aos Jogos Olímpicos de 1936, quando o negro norte-americana Jesse Owens ganhou quatro medalhas de ouro diante de Hitler e seus ideais de supremacia da raça ariana.

PERSONALIDADES Ainda para os mais interessados pela história da humanidade, outra ferramenta disponível é a busca por personalidades históricas. Basta um clique para ver fotos, obras de artes, documentos, monumentos ou exposições que tenham a ver com centenas de figuras da importância de Nelson Mandela, Che Guevara, Benito Mussolini ou Richard Nixon, por exemplo.

Quem não se contentar apenas com a visita virtual aos museus e tiver a oportunidade de conferir de perto cada atração ainda encontra no sistema um guia informativo, com serviços e horários de cada lugar. Arts & Culture é um projeto desenvolvido ao longo dos últimos anos pelo Instituto Cultural do Google em parceria com museus e instituições culturais de todo o mundo. Segundo a empresa, são cerca de 6 milhões de arquivos de imagem com obras de arte e outros objetos relacionados à cultura mundial.

O projeto conta ainda com um canal no YouTube, que reúne vídeos de curiosidades montados a partir do conteúdo do aplicativo. O acesso é gratuito. Pelo computador, basta estar conectado à internet e entrar no site www.google.com/culturalinstitute.
Quem preferir utilizar pelo celular ou tablet deve baixar o aplicativo.

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