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Fabrício Carpinejar participa de projeto 'Sempre um Papo' e conta sobre noivado com mineira

Escritor defende nesta terça-feira, no Palácio das Artes' a existência da Felicidade incurável. Cerimônia de casamento está marcada para novembro, em BH

Ana Clara Brant

A relação entre o autor e a capital mineira sempre foi forte - Foto: Rodrigo Rocha/Divulgação

 

O escritor gaúcho Fabrício Carpinejar, de 43 anos, participa hoje do projeto Sempre um Papo, na Sala Juvenal Dias, no Palácio das Artes. Antes do encontro com leitores, o poeta e cronista se programou para resolver detalhes de seu casamento com a advogada mineira Beatriz Reys.

A cerimônia está marcada para novembro, na Basílica de Lourdes. A união civil ocorrerá no dia 5 de agosto, também em BH. “Brinco que é um casório de duas noivas, porque estou por dentro de tudo. Ajudo mesmo. Acho muito solitário uma pessoa sozinha cuidar de tudo. A única coisa que a Bê não me deixa dar palpite é no vestido de noiva”, diz Carpinejar, que terá um figurino assinado pelo estilista Ronaldo Fraga para a data.

A relação entre o autor e a capital mineira sempre foi forte, como ressalta, sobretudo com a cultura, a música, a poesia e os escritores. Fabrício Carpinejar frequenta tanto a cidade que já imaginava que iria acabar encontrando a mulher de sua vida por aqui.

“Vejo muitas semelhanças entre Porto Alegre e Belo Horizonte. Somos povos que cultivam a ausência do mar, somos tradicionais. Gosto bastante dessa afetividade, dessa alegria solar dos mineiros. Vamos morar em Poa, mas manter o apartamento em BH”, diz.

Acostumado a escrever e a falar sobre o amor, o gaúcho vive um momento especial. Ele gosta de recordar a ocasião em que conheceu Beatriz e acredita que o encontro foi coisa do destino. Há alguns anos, o escritor participou de um projeto no Sesc Palladium e se deparou com a futura mulher. “Era daquelas palestras fechadas. Nem era tão pop. E ela estava lá. Sempre foi minha leitora. Quando a vi, foi muito estranho. Ainda é (risos). Nos cumprimentamos e começamos a implicar, no bom sentido, um com o outro.
Um desafiou o outro e ali começou, de fato, o nosso amor”, lembra.

A noiva sempre acalentou o desejo de se casar em Lourdes, uma das igrejas mais tradicionais da cidade. Funcionária licenciada do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), que fica próximo da Basílica, ela é atenta ao movimento do templo. “O surgimento desta data, 18 de novembro, foi um milagre, porque Lourdes é muito concorrida. Vai ser muito especial”, diz ele.

Enquanto o casório não chega, Carpinejar segue envolto também em seus compromissos profissionais. Hoje, além de debater com o público sobre assuntos como amor, poesia, sentimentos, relacionamento e preconceito durante três horas, vai falar sobre uma de suas publicações mais recentes, Felicidade incurável (Bertrand Brasil/Grupo Editorial Record). A obra trata de mudança de mentalidade amorosa e da família, diferentes fins de casamento, amizades em tempos eletrônicos, divertidas implicâncias de casal, debate sobre o que é alegria e liberdade e sugere: seja feliz por uma questão de justiça pessoal.

“Felicidade incurável é a que nunca está reunida em um único lugar. É aquela que nem a tristeza consegue levar. A felicidade incurável contraria diagnósticos e medos, supera fobias e traumas e não se diminui perante o pessimismo dos outros. Acredito numa alegria solidária e generosa. A alegria merece ser compartilhada.
Acredito que a felicidade não tem cura. Particularmente, vou adoecer de felicidade. Eu me refaço muito rápido das quedas e acho que com todo o mundo deveria ser assim”, afirma.

Cronista do jornal Zero Hora, do Rio Grande do Sul, e participante assíduo do programa Encontro com Fátima Bernardes, da TV Globo, Fabrício Carpinejar é hoje uma figura popular. Segundo o escritor, o surgimento das redes sociais também possibilitou que os autores se tornassem mais conhecidos. Ele defende que, antes de mais nada, o autor é um mediador da sua obra. “Fico imaginando o que o Caio Fernando Abreu (poeta gaúcho) faria com o Facebook, com o Instagram ou o Snapchat. Seria maravilhoso. Na época do Drummond, João Cabral, Manuel Bandeira, era possível ser unânime, porque não havia uma superexposição virtual. Hoje, escrevo um texto é já tem uma recepção imediata. A proximidade com o leitor aumentou demais. Nunca a literatura foi um reduto de tanta força assim como é a música, por exemplo. Mais do que ter leitor, temos fãs”, analisa.

A respeito da tendência de autores, sobretudo youtubers, lançarem livros cada vez mais precoces, Carpinejar diz que não se pode negar o valor do entretenimento. No entanto, o que vai ficar no fim das contas é o que tem consistência. “A grande questão é roubar o coração do tempo. Esse é o lance.”

A felicidade incurável contraria diagnósticos e medos, supera fobias e traumas e não se diminui perante o pessimismo dos outros. Acredito numa alegria solidária e generosa. A alegria merece ser compartilhada”

FABRÍCIO CARPINEJAR,
escritor gaúcho

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