O Centro de Artesanato Mineiro (Ceart), loja dedicada à arte popular que funciona no Palácio das Artes desde a criação do local, está ameaçada de fechar.
O problema, como explica Flávio Vignoli, presidente da associação Ceart, que representa os artesãos, é a falta de condições da entidade de pagar R$ 17.039 por mês, lance mínimo de leilão que será realizado na sexta-feira, para locação do espaço por um ano.
Até agora, explica, o que havia era termo de parceria entre as partes que previa o pagamento de luz, água e manutenção do espaço pela Associação Centro de Artesanato Mineiro.
Vignoli contou que conversou com Augusto Nunes, presidente da Fundação Clóvis Salgado (FCS), e ouviu dele a resposta de que o empréstimo do local é contrário aos interesses do estado.
“Se, pelo menos, fosse aberta negociação, poderíamos analisar alguma proposta, ainda que não em tão breve espaço de tempo”, conta Flávio Vignoli. “Trabalhamos de forma deficitária e administramos essa realidade com projetos desenvolvidos junto a alguns parceiros, já que não temos financiamento público direto”, conta.
Vignoli também lamentou que a associação não tenha sido comunicada da alteração. Ele ficou sabendo da mudança por meio de um artesão, que o procurou para saber o que estava ocorrendo. Considera que a situação caminha para a extinção do Ceart.
“O que é perda de referência de arte popular para Minas Gerais e o Brasil”, afirmou. A Associação Centro de Artesanato Mineiro é uma organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) que existe há 46 anos e, segundo Vignoli, representa aproximadamente 500 artesãos.
Ontem, porém, a Fundação Clóvis Salgado afastou a possibilidade de o Ceart ser extinto.
Com relação ao valor do lance mínimo previsto para o pregão, explicou que ele foi definido a partir de preço técnico de referência calculado com base no valor do aluguel do metro quadrado da região.