Uai Entretenimento

'Palco problema'

Virada Cultural de BH elimina Savassi da programação

Falta de parcerias e histórico de muitas ocorrências policias no local levaram a retirada da região como parte integrante do evento

Ana Clara Brant
- Foto: SIDNEY LOPES/em/d.a press
A Savassi, que abrigava um palco da Virada Cultural de BH desde sua primeira edição, em 2013, está fora este ano. “Na verdade, a Savassi sempre foi um palco parceiro, assim como o Sesc. No ano passado, por exemplo, ela incorporou o Savassi Festival dentro da Virada Cultural. Em 2016, não houve parcerias, e seria complicado fazer mais um palco fora do hipercentro, que é o nosso foco, devido à falta de recursos”, afirma Simone Araújo, diretora de ação cultural da Fundação Municipal de Cultura (FMC).

Confira aqui a programação completa da Virada Cultural

A gestora reconhece que os problemas que ocorreram em 2015, quando a Polícia Militar registrou cerca de 60 ocorrências na região, como furtos, roubos, tentativa de estupro, lesão corporal e pichação foram um empecilho também à continuidade do palco. “Na Virada do ano passado, ali foi o único lugar que deu um certo problema. Quando há evento, a PM sempre faz esse alerta e pede uma atenção maior no quesito segurança com relação à Savassi. Então, foi mais um motivo para que não tivesse um palco neste local”, admite.

PRAÇA Além de ter eliminado o “palco-problema” da edição anterior, a Fundação Municipal de Cultura desidratou a programação da Praça da Liberdade. O Palco Praça da Liberdade tem apenas uma apresentação teatral programada para a noite de sábado (Grupo Girino, às 19h).
O Coreto da Praça da Liberdade tem shows instrumentais previstos para o sábado à noite, das 19h às 22h, apenas.

Simone Araújo afirma que, assim como a Savassi, a Praça é uma composição de um palco parceiro e tem suas peculiaridades. “Como há moradores, não é possível a programação se estender até a madrugada e por orientação do Patrimônio Histórico, há limitações no seu uso. Mas a Praça virou um espaço interessante. A gente brinca que ali acontece a Virada Zen. A pessoa quer participar do evento, mas prefere algo mais tranquilo, sem aquela efervescência do Centro”, analisa.

Se por um lado alguns pontos da capital estão diminuindo sua participação na festa ou deixando-a, outros fazem sua estreia na Virada. É o caso das praças Afonso Arinos, Ruy Barbosa e Rio Branco (Rodoviária). “É importante também haver essa experimentação de território, incorporar outros espaços. Isso faz parte de todo o processo”, afirma a gestora.

4ª Virada Cultural de Belo Horizonte
Dias 9 e 10 de julho (das 19h de sábado
às 19h de domingo). Shows e atividades
gratuitas. Programação completa na página www.viradaculturalbh.com.br..