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Flip destaca pegada crítica da nova literatura da América Latina

J.P. Cuenca e Valeria Luiselli apresentaram suas obras que discutem localidade e cobram um olhar mais crítico da sociedade em relação a suas cidades

Carolina Braga
J.P. Cuenca e Valeria Luiselli - Foto: Montagem: Walter Craveiro/Divulgação

Apresentados como destaques da jovem literatura latino-americana o carioca J.P. Cuenca e a mexicana Valeria Luiselli tem em comum uma preocupação com a cidade, um olhar político empacotado pela ficção. Eles estiveram juntos na segunda mesa de debate desta sexta na Flip 2016.

"Os livros que escrevo funcionam como mapas. Desenho mapas que ainda não foram construídos. Ligo pontos", sintetiza a autora de A história de meus dentes (Alfaguara). Filha de diplomata, Valeria viveu em nove países diferentes antes de se instalar nos Estados Unidos, precisamente em Nova York. O tema central do livro dela é a discussão sobre o valor dos objetos.

J.P Cuenca lança Descobri que estava morto, romance baseado na notícia real do registro do própio óbito. Além de revelar um episódio surreal da vida dele, o autor acredita que a obra dedica um olhar crítico para a vida no Rio de Janeiro, as ocupações, especulação imobiliária e uma certa crise de identidade que a cidade atravessa.
Especialmente a região da Lapa, onde foi encontrado o corpo supostamente de Cuenca. "Nesse livro também pude falar mais de mim mesmo".

Aderindo ao tom político desta Flip, J.P Cuenca reforçou o coro do "primeiramente fora Temer". Para o carioca, é prioridade para o brasileiro se mobilizar contra o governo interino. "A gente não pode parar de falar disso", reforçou.

Na tarde desta sexta-feira a Tenda dos Autores da Flip o noruegues Karl Ove Knausgard terá um encontro com o público. Na sequencia, Tati Bernardi e o português Ricardo Araújo Pereira participam da mesa Mixórdia de temáticas e a peruana Gabriela Wierner se junta à brasileira Juliana Frank na mesa Sexografias.

A repórter viajou a convite do Itaú Cultural.