No pavilhão dedicado a ele em Inhotim, na Região Metropolitana de BH, destaca-se a instalação'‘Lézart', composta de tranças e entrelaçamentos de chapas de ferro e arame, curiosamente dispostas sem nenhum tipo de solda. Em nota, o idealizador do Inhotim e presidente do conselho de administração do Instituto, Bernardo Paz lamentou o falecimento de Tunga:
“Eu me envolvi na arte contemporânea ao ver as obras do Tunga. O trabalho dele é uma coisa estonteante, me pegou no primeiro dia que eu vi. Quis saber de onde vinha aquela loucura toda, aquele espetáculo. Convivi com ele 25 anos da minha vida, por isso sua partida me deixa muita saudade. Foi um grande amigo meu, talvez o melhor.
Carreira
Outra obra obra muito conhecida do artista é a instalação 'Ão', de 1980, que foi recentemente comprada pelo Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA). Trata-se de um filme feito em uma seção curva do túnel Dois Irmãos, no Rio de Janeiro. O trecho é repetido em looping, sugerindo um circuito da câmera em círculos, como se o tempo prosseguisse e o espectador não saísse do lugar, sem comunicação com o espaço exterior, numa jornada sem fim ao som de Frank Sinatra (‘Night and Day’).
Nascido em Palmares, na Zona da Mata de Pernambuco, Tunga começou sua carreira na década de 1970. Em 1990, ele recebeu o Prêmio Brasília de Artes Plásticas e, em 1991, o Prêmio Mário Pedrosa da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) pela obra 'Preliminares do Palíndromo Incesto'.
No vídeo abaixo, produzido pelo Itaú Cultural, um registro da performance '100 Redes e Tralhas', realizada por Tunga em plena Avenida Paulista, em São Paulo: