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Ateliês de várias cidades mineiras abrem neste sábado suas portas para o público

Primeira edição do Coletivo Cerâmica está sendo realizado em BH, Tiradentes, Uberaba, Nova Limas, Contagem, Caeté e Brumadinho. Encontro vai até as 20h

Walter Sebastião

- Foto: Arquivo pessoal/Divulgação

Mais de uma centena de ceramistas, de oito cidades mineiras, abrem seus ateliês para o público, neste sábado, até as 20h. Trata-se da primeira edição do evento Coletivo Cerâmica MG, cujo objetivo, como explica Eduardo Seara, integrante da comissão organizadora, é aproximar o público da arte da cerâmica. A manifestação também ocorre em algumas outras cidades do Brasil, e até da América Latina, em data que celebra o Dia do Oleiro ou do Ceramista. “Queremos mostrar às pessoas como se faz cerâmica”, conta Seara, explicando que o enfoque do evento é cultural e que a programação tem, além de exposições, seminários, oficinas etc.

Eduardo Seara recorda que a cerâmica é uma prática que, depois de período de ostracismo, ganhou lugar de destaque no mundo da decoração e da arte. “O que vale a pena conhecer mais e melhor é a cerâmica como manifestação artísticas, os processos de criação, o resultado das queimas em diferentes temperaturas, os modos de pintar, que resultam em grande diversidade estilos e estéticas. São aspectos que, quando a pessoa conhece, fica encantada”, garante, lembrando que cerâmica agrada a todos os públicos. E que a produção dos ateliês, no geral, são peças únicas.

Minas Gerais tem produção grande e de qualidade no setor, conta Eduardo Seara. A força da cerâmica feita no estado, na opinião dele, é a cor: “Aqui, os tons utilizados sempre fazem referência à terra”, observa.
“Depois, destaca-se a modelagem, seja feita em torno ou a mão, com grande diversidade de formas”, acrescenta. Desafio posto, aponta, é oferecer mais possibilidades de conhecer a produção. “Temos feiras, mas não se veem galerias de arte vendendo cerâmica, o que é comum em outros países”, observa. O setor até tem alguns colecionadores, mas poucos diante “do acervo maravilhoso existente”.

“A cerâmica contemporânea mineira é um movimento cultural e artístico crescente”, afirma Eduardo Seara. O marco histórico, na opinião dele, é ação de pioneiros (como Erli Fantini, Adel Souki, Inês Antonini, Toshiko Ishii, entre outros), em atividades nos anos 1970, que deram tom artístico e de pesquisa às suas próprias realizações.  Esses autores também desempenharam importantes ações de ensino que “formaram toda uma nova geração”. Referência importante para o processo foi a criação de feira de cerâmica, realizada, primeiramente, no Mercado de Santa Tereza, depois no do Cruzeiro e, atualmente, instalada na sobreloja do Mercado Central. Para o organizador, a feira criou mecanismo de circulação da produção e difusão da cultura da cerâmica na cidade.

Coletivo Cerâmica MG/Ateliê Portas Abertas
Debates, exposições e oficinas. Hoje, das 9h às 20h. Ateliês de Belo Horizonte, Tiradentes, Uberaba, Nova Lima, Esmeraldas, Contagem, Caeté e Brumadinho. Programação e mapa no endereço: https://bit.do/ceramistas Entrada franca

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