Eduardo Seara recorda que a cerâmica é uma prática que, depois de período de ostracismo, ganhou lugar de destaque no mundo da decoração e da arte. “O que vale a pena conhecer mais e melhor é a cerâmica como manifestação artísticas, os processos de criação, o resultado das queimas em diferentes temperaturas, os modos de pintar, que resultam em grande diversidade estilos e estéticas. São aspectos que, quando a pessoa conhece, fica encantada”, garante, lembrando que cerâmica agrada a todos os públicos. E que a produção dos ateliês, no geral, são peças únicas.
Minas Gerais tem produção grande e de qualidade no setor, conta Eduardo Seara. A força da cerâmica feita no estado, na opinião dele, é a cor: “Aqui, os tons utilizados sempre fazem referência à terra”, observa.
“A cerâmica contemporânea mineira é um movimento cultural e artístico crescente”, afirma Eduardo Seara. O marco histórico, na opinião dele, é ação de pioneiros (como Erli Fantini, Adel Souki, Inês Antonini, Toshiko Ishii, entre outros), em atividades nos anos 1970, que deram tom artístico e de pesquisa às suas próprias realizações. Esses autores também desempenharam importantes ações de ensino que “formaram toda uma nova geração”. Referência importante para o processo foi a criação de feira de cerâmica, realizada, primeiramente, no Mercado de Santa Tereza, depois no do Cruzeiro e, atualmente, instalada na sobreloja do Mercado Central. Para o organizador, a feira criou mecanismo de circulação da produção e difusão da cultura da cerâmica na cidade.
Coletivo Cerâmica MG/Ateliê Portas Abertas
Debates, exposições e oficinas. Hoje, das 9h às 20h. Ateliês de Belo Horizonte, Tiradentes, Uberaba, Nova Lima, Esmeraldas, Contagem, Caeté e Brumadinho. Programação e mapa no endereço: https://bit.do/ceramistas Entrada franca.