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Artes plásticas

Exposição reúne trabalhos do artista João Maciel na Guaja Casa

Coleção exposta em 'Todos os mantras' tem pinturas, desenhos, mural, além de objetos, escultura e instalação

Gustavo Werneck
Um dos trabalhos de João Maciel, expostos na casa Guaja - Foto: Casa Guaja / Divulgação
''Vá com o coração aberto''.Esse é o convite que o artista plástico João Maciel, de 36 anos, ''e 15 de estrada'', faz aos belo-horizontinos para a exposição Todos os mantras, em cartaz até 25 de junho no espaço Guaja Casa, no Bairro Funcionários. Certo de que ''a arte é a expressão do ser e de ser'', ele apresenta 30 trabalhos, entre pinturas, desenhos e mural, além de objetos, escultura e instalação. ''Não é preciso entender do assunto para conhecer as obras. Se a pessoa quiser, pode até estudar antes um pouquinho, mas não é obrigação'', afirma.

O nome Todos os mantras foi sugerido pelo curador Wagner Nardy, conhecedor das ligações do artista com o sagrado – a palavra mantra é uma sílaba ou poema religioso, geralmente em sânscrito, com origem no hinduísmo. Nessa exposição, significa também a convivência da arte com várias línguas.

''Arte é a vida em todos os sentidos'', acredita João Maciel. Com obras e intervenções distribuídas por diversos ambientes da Guaja, ele convida o visitante a se envolver no intenso universo de cores, materiais e formas. Segundo o artista, a mostra trabalha ''temas da pluralidade e da essência transcendental presente nas relações humanas''.

O título partiu da ideia de montar uma exposição que explorasse duas vertentes marcantes. Na primeira está a relação com a essência da espiritualidade, da busca humana pelo transcendental e por uma energia superior.

''A busca por elevação assume um lugar muito importante para a humanidade, seja por meio da religião, do contato com a natureza ou de outras formas que variam de pessoa para pessoa.
Aqui, é trabalhada a questão do encontro particular com o sagrado'' conta João. Outros temas reflexivos das relações humanas também são explorados. ''Tudo para a compreensão das relações humanas, do que é ser humano... Tudo isso é explorado através da arte'', acrescenta.

Outra vertente, que dialoga com o conceito da Guaja Casa, diz respeito à pluralidade, pois o trabalho de João Maciel reflete as várias faces do povo brasileiro - fruto da mescla de heranças de diferentes condições sociais.

''A marca da mestiçagem, da mistura, está nessa obra e isso dialoga muito com a essência da Guaja, que é um local de movimento, universo vivo de constante troca entre as pessoas. Como a ideia é trazer artistas que conversem com a ideia do espaço, a escolha de João Maciel foi perfeita'', revela o curador Wagner Nardy.

A exposição mostra também série de pinturas inéditas. Nessas telas, João Maciel fez intervenções em obras populares de Debret, apropriando-se delas para propor um novo olhar a partir de suas nuances artísticas.''Esse trabalho exemplifica o que podemos chamar de caráter metalinguístico, que explora a energia da arte, capaz de construir conceitos, trazendo uma reflexão do real valor da pintura e da arte em geral na contemporaneidade'', conclui o curador.


TODOS OS MANTRAS
Trabalhos de João Maciel. Guaja Casa. Avenida Afonso Pena, 2.881, Bairro Funcionários, (31) 3235-9191.
De segunda-feira a sábado, das 9h às 23h. Até 25 de junho. .