
Ex-atriz da Globo vira faxineira e reconstrói a vida fora do Brasil
O ícone da esquerda latino-americana recebia cuidados paliativos enquanto enfrentava um câncer terminal no esôfago
Conhecido mundialmente como “o presidente mais pobre do mundo”, José "Pepe" Mujica faleceu nesta terça-feira (13), aos 89 anos, após enfrentar um câncer de esôfago em estágio avançado. O ex-presidente uruguaio, que também sofria de uma doença autoimune, havia interrompido o tratamento em janeiro, após o tumor atingir outros órgãos, mesmo depois de 32 sessões de radioterapia.
A morte foi confirmada pelo presidente do Uruguai, Yamandú Orsi, que prestou homenagem emocionada: “Presidente, ativista, líder... Sentiremos muita falta de você, querido velho. Obrigado por tudo o que nos deu.”
Mujica estava lúcido até o fim. Em um de seus últimos vídeos, gravado no sítio onde vivia, na zona rural de Montevidéu, ele se despediu com serenidade: “O ciclo da minha vida acabou, mas me reproduzo na voz das meninas e dos meninos que continuarão levantando as bandeiras pelas quais lutei.”
De guerrilheiro a presidente
A trajetória de Mujica parece roteiro de cinema. Ex-guerrilheiro do grupo Tupamaros, passou quase 15 anos preso durante a ditadura uruguaia — sete deles em total isolamento, sobrevivendo à solidão com um sapo como companhia. Antes disso, era floricultor e vendia flores nas feiras locais. Depois da redemocratização, virou símbolo de redenção política, ocupando a presidência entre 2010 e 2015.
Mas foi o estilo de vida simples que o tornou uma das figuras mais admiradas da política latino-americana. Enquanto governava, morava num sítio modesto, dirigia um fusca azul de 1982 e doava 90% de seu salário — cerca de US$ 12 mil — a instituições de caridade.
Uma vida de causas, não de vaidades
Durante seu governo, defendeu pautas progressistas como a legalização do aborto e a regulamentação da maconha — que, segundo ele, nunca experimentou. Sempre com um discurso direto e humano, Mujica inspirava pelo exemplo: “O ódio acaba idiotizando. Aprendi a não cultivá-lo no meu jardim”, disse ao anunciar sua aposentadoria política, em 2020.
Ele também não economizava críticas à política ultrapassada. Em entrevista recente, apontou os erros da esquerda brasileira, dizendo que "ficou presa na literatura de uma época". Para ele, o verdadeiro sentido da política era lutar por empatia, solidariedade e menos desigualdade.
Um fim coerente com sua jornada
Pepe Mujica passou seus últimos anos longe dos holofotes, entre livros e crisântemos no sítio em Rincón del Cerro. Foi ali que viveu ao lado de sua esposa, a ex-senadora Lucía Topolansky, companheira desde os tempos da guerrilha. O casal não teve filhos, mas compartilhou uma vida de lutas, amor e convicções inabaláveis.
Seu legado ultrapassa a política: Mujica virou uma espécie de “guru” involuntário para quem busca um modelo mais ético e consciente de viver. “Lute pela felicidade, não apenas pela riqueza”, disse certa vez ao New York Times. Agora, ele parte deixando uma geração inteira inspirada a levar essa bandeira adiante.
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