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Lançamento do vídeo para música fecha ciclo de EP de 2019
Em uma experiência cinematográfica impactante sobre o desejo de transformação e a força da mulher, Rita Zart lança o vídeo de 'O Que Range'. A faixa faz parte do politizado e intenso EP de mesmo nome, lançado em 2019 e cujo sentido ganha novas conotações neste momento em que a artista encerra o ciclo com esse clipe.
Cantora, compositora e diretora musical de filmes como'Tinta Bruta', 'Legalidade' e '7 Prisioneiros', Zart foi fundadora e integra até hoje o Coletivo Gogó, que faz música e som para cinema desde 2006. Em 2019, se tornou uma das compositoras residentes selecionadas pelo Projeto Concha, patrocinado pelo Natura Musical e lançou o EP 'O Que Range'.
Durante a pandemia, Rita fez algumas apresentações online, foi atração da instituição gaúcha Noite nos Museus e lançou o clipe de 'Apatia'. Além disso, musicou um poema da premiada autora Ana Martins Marques para o livro digital Ensaios de Morar do Projeto Concha/PUC Cultura e fez uma releitura de 'Sky Saw' de Brian Eno, para a coletânea 'Another Green World Revisitado'.
No ano passado, compôs a trilha sonora do longa-metragem 'Este Fin de Semana', coprodução entre Brasil e Argentina, lançou o single 'Acalanto' junto com Felipe Puperi (Tagua Tagua) e Triz, parte da trilha sonora do filme 'Raia 4' e foi diretora criativa do álbum 'Transfusão' de Viridiana. Enquanto prepara seu novo álbum para 2023, 'O que Range' fecha uma página abrindo novas possibilidades para Rita Zart. O vídeo está disponível no canal do YouTube da artista. Confira a entrevista!
Lançado recentemente, 'O Que Range' convida o espectador, onde o videoclipe da música se tornou uma experiência cinematográfica impactante por demonstrar o desejo pela transformação e a força de uma mulher. Em uma questão mais íntima de seus pensamentos, qual significado esse trabalho poderá promover tanto como o seu lado profissional como para seu próprio pensamento de vida?
A canção 'O Que Range' surgiu de uma reflexão muito pessoal pela busca da verdade mais íntima e visceral no meu fazer musical. Ela também é um desabafo sobre o privilégio de ter espaço para esta contemplação em meio a tanta injustiça e desigualdade. O videoclipe traz outros olhares para esta composição, já que foi escrito por outra artista ( Renata de Lélis) e entrega novas camadas e imagens que se somam às impressões que a música em si já levava. O processo de realização do clipe me fez enxergar outros significados da canção. Acredito que suas diferentes interpretações e percepções pelos espectadores dão continuidade a esse ciclo de crescimento e aprendizado.
Esse lançamento marca a finalização desse seu novo EP que traz justamente um teor maior em questão de politização e intensidade. Como nasceu esse projeto e como ainda vivemos em um mundo onde infelizmente, apesar de muita luta, ainda convivemos diariamente com casos machistas, você veria a sua arte como um 'grito' de atenção para demonstrar o quão as mulheres são capazes de lutar pelo seu espaço no mundo?
Meu EP foi composto a partir da minha história e vivências. Surgiu como primeira expressão artística autoral de uma vida inteira de trabalho com música e arte, sempre realizando, sempre em atividade, mas com um grande desejo reprimido levado adiante por anos. Desejo de cantar, compor e viver de arte autoral. Não tive desde sempre a consciência de que o meu não fazer artístico era fruto de machismo estrutural, e foi fundamental reconhecer esta questão como legítima para conseguir realizar meu trabalho. Uma rede de artistas mulheres e a revisão de meus próprios conceitos sexistas foram essenciais para conseguir lançar um primeiro trabalho solo. Nesse sentido, considero minha arte como um grito feminista sim.
O EP fala sobre inquietudes, memórias, alegrias e dores de existir sendo mulher no Sul do Brasil e nas músicas, você acaba se colocando em situações que a desafiam, como desconfortos, terreno íngreme e também andar em uma corda bamba na sua vida. Todos os momentos que narra através de suas músicas, foram histórias baseadas em experiências reais suas ou foram tiradas de observações sobre a sociedade em geral? Como foi revisitar essas reflexões e encontrar a melhor maneira para colocá-las em suas letras?
Minhas músicas falam sobre as minhas vivências, especialmente no EP, que foi meu primeiro lançamento autoral. Porém, são minhas percepções cruzadas com os acontecimentos à volta. Sinto como um grande fluxo de escapadas da minha introspecção para o que estou vendo e recebendo.
Em relação à música 'O Que Range', você chegou a dizer em uma citação que ela teve significados transformadores após esses dois anos e meio de pandemia ocasionada pelo COVID-19. Quais foram as principais marcas que esse tempo fez em você e quem é a Rita Zart atualmente?
'O Que Range' foi escrita como um desabafo,em 2018, durante um período de desmonte das políticas públicas de incentivo à cultura no país, quando via o fortalecimento de um governo com ideais fascistas ganhar força e apoio. Em paralelo eu buscava a minha inteireza no fazer musical, depois de longo período trabalhando apenas para projetos de outras organizações, estava tentando achar sinceridade e verdade no meu trabalho. Nesses 3 anos, depois de viver uma pandemia aguda, acredito que todes tivemos momentos intensos de olhar para dentro de si e rever nossos valores, buscar verdades e viver intensamente o agora. O convite da Renata de Lélis para criar uma experiência visual para esta música em véspera de eleições no Brasil, veio de encontro com a busca dessa presença visceral novamente. A letra estava muito presente, agora com poder de ação e esperança de uma luz de mudança à frente. Pessoalmente senti todos esses impactos e a música entregou a mim mesma uma releitura de significados atualizados.
Voltando a falar do videoclipe, como falamos, ele mostra a potência feminina como desejo de transmutação, afirmando sempre a sua autonomia. Quando debatemos sobre esse tema, sempre falamos sobre a desigualdade entre os sexos, onde os homens são seres ilimitados e as mulheres acabam tendo barreiras injustamente impostas pelos homens, tanto é que até tantas décadas atrás, as mulheres não tinham direito a exercer cidadania votando. Como representante, quais considera terem sido os mais importantes avanços que tiveram nesses últimos tempos e quais seriam as razões dessa desigualdade existir?
Eu acredito que ações afirmativas são fundamentais para este avanço. Enquanto mulher que começou a trabalhar muito jovem em estúdios de som no início dos anos 2000 e que conviveu a maior parte da vida com colegas homens, posso ver sim um grande avanço, e na minha opinião, ele surge a partir de iniciativas que colocam luz nesta questão. A partir da criação de programas de formação, editais e festivais que foquem na produção e criação de mulheres, por exemplo. Vejo as meninas de gerações posteriores à minha muito mais curadas de questões que para as artistas da minha geração ainda são feridas abertas. A galera de agora já parte de outro ponto e isso é maravilhoso. Porém ainda temos muito o que avançar, sinto um esforço das curadorias de festivais para incluir mais mulheres, principalmente pretas, indígenas, transgêneras, quilombolas... mas é preciso estarmos sempre atentas, pois em grande escala a hegemonia ainda é masculina, branca e cisgênera. As razões para a desigualdade existir é o patriarcado, o capitalismo, e a falta de oportunidades mesmo. Tem muita mulher foda quebrando tudo. O que falta é espaço.
Entrando agora um pouco em sua carreira em si, você hoje vive inteiramente da arte, porém, em canais diferentes, que é a fonografia e a cinegrafia, dirigindo filmes como 'Tinta Bruta', 'Legalidade' e '7 Prisioneiros'. Como foi que esses dois pontos conseguiram se cruzar na sua vida e quais as dificuldades de se viver da arte no Brasil?
Eu comecei a trabalhar com cinema depois de bastante tempo produzindo som e música para publicidade. Chegou uma hora que cansei, porque não fazia mais sentido pra mim, comecei a ficar desconfortável em ver o tempo passando e o legado da minha produção ser efêmero e com um fim que não me agradava. Aprendi bastante, foi uma grande escola onde também pude experimentar a minha voz de muitas maneiras. Aos poucos busquei parceria com a galera que fazia som para filmes na minha cidade e comecei trabalhando com curtas metragens de jovens cineastas. Os trabalhos com filmes aumentaram e pude ir parando de produzir para publicidade. Ainda estou evoluindo e há não muito tempo compus as minhas primeiras trilhas totalmente sozinha, depois já ter feito direção musical para vários filmes importantes. O contato com o cinema independente me encorajou a fazer meu trabalho autoral. Viver de arte no Brasil é malabarismo. Eu vou dosando meu tempo entre cantora e compositora na minha carreira autoral, que faz shows, lança músicas e clipes; compositora e diretora de trilhas sonoras para filmes, séries; locutora e dubladora. Tem dias que faço um pouquinho de cada e tá tudo certo. Quando um lado dá uma parada o outro agita pra compensar.
Desde 2019, você se tornou uma das compositoras residentes selecionadas pelo Projeto Concha. Como foi passar por esse programa e do que ele se trata?
O Projeto Concha foi uma residência que aconteceu em Porto Alegre, financiada pelo Natura Musical. Foram selecionadas 15 compositoras do Rio Grande do Sul que tiveram aulas e encontros durante 8 meses com músicas e artistas de todo o Brasil, como Juçara Marçal, Léa Freire, Alessandra Leão, Winnie Bueno e Bárbara Santos. A produção foi de Alice Castiel e a mentoria de Bel Medula. Foi muito especial pra mim, que estava com parte do meu EP rascunhado e cheia de incertezas. A gente se reunia semanalmente e trocava composições, apresentando ideias em primeira mão. O ambiente acolhedor e cheio de diferenças e semelhanças entre mulheres de distintos lugares e estilos musicais. Lá fiz grandes parceiras e amigas, como Nina Nicolaiewsky, Giovanna Mottini, Thays Prado, Nina Fola, B.Art, Paula Posada, Clarissa Ferreira, Dessa Ferreira, Kaya Rodrigues, Gutcha Ramil e outras.
Já foi anunciado para o ano que vem a preparação de um possível novo álbum. O que podemos saber até o momento sobre o conceito de seu novo projeto e o que o público poderá esperar dele?
Estou muito ansiosa para esse novo projeto. Ainda embrionário, sinto que terá um ponto de partida um pouco mais maduro e consciente. Diferente do primeiro que compus e produzi de forma totalmente experimental, agora estou com vontade de explorar mais a fundo os lugares por onde andei e me senti segura. Tem também uma vontade solar rolando, de ser feliz no simples. Sem tanta pretensão de ser estranha demais (risos). Veremos se conseguirei!
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O post Rita Zart mostra empoderamento e intensiva poder feminino através de 'O Que Range' foi publicado primeiro em Observatório dos Famosos.De olho na inclusão, PUC-SP anuncia contratação de docentes negros
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