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10 filmes que valem a pena assistir no Dia do Cinema Brasileiro
Lista reúne produções que vão de drama à comédia e marcaram a produção cinematográfica brasileira
O Cinema Brasileiro comemora 126 anos nesta quarta-feira (19/06). A data instituída pela Agência Nacional do Cinema (Ancine), foi criada em homenagem a Afonso Segretto (1875-1919), ítalo-brasileiro que realizou a primeira filmagem em solo brasileiro. Se hoje o acesso ao cinema se transformou, presente nas telas, no streaming, e na TV, o marco representa a força e a luta das produções nacionais ao longo dos últimos anos.
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Na ocasião, Segretto filmou a Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro, ainda em 1898, quando estava a bordo do navio Brèsil, que saíra de Bordeaux, na França. Hoje, o cinema continua como uma das artes mais importantes no país, junto de tantas outras, reunindo produções que marcam a história não apenas de quem o produz, mas também de quem o consome.
Para comemorar a data, o portal UAI preparou uma lista de filmes emblemáticos que contam as nossas histórias e conversam com a nossa cultura. A intenção, claro, não é elencar melhores ou piores, certo.
Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), de Glauber Rocha
Considerado um marco do cinema novo, Deus e o Diabo na Terra do Sol foi escrito e dirigido por Glauber Rocha, a história percorre a vida de Manuel (Geraldo Del Rey) e Rosa (Yoná Magalhães), um casal de sertanejos que tenta sobreviver à fome e à seca no interior do Brasil, uma terra desolada e marcada pela seca. Os dois se juntam aos seguidores do beato Sebastião (Lídio Silva), que promete o fim do sofrimento através do retorno a um catolicismo místico e ritual. A obra é considerada o 2º melhor filme da história do cinema nacional pela pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine).
Onde assistir: Globoplay e Amazon Prime Video.
Central do Brasil (1998), de Walter Salles
A joia do cinema nacional, o famoso road-movie de Walter Salles não poderia ficar de fora. Central do Brasil, estrelado por Fernanda Montenegro, conta a história de Dora, uma professora aposentada que ajuda analfabetos a escrever cartas, enquanto, em paralelo, mostra a saga do pequeno Josué (Vinícius de Oliveira), que perdeu a mãe e segue em uma jornada na busca pelo pai.
A interpretação de Montenegro rendeu-lhe uma indicação ao Oscar na categoria de Melhor Atriz — tornando-a a primeira latino-americana, a única brasileira e a única atriz já indicada ao prêmio por uma atuação em língua portuguesa. O longa foi indicado ao Oscar como Melhor Filme Estrangeiro.
Onde assistir: Netflix, Amazon Prime Video, Globoplay e Apple TV.
O Menino Maluquinho (1995), de Helvécio Ratton
Baseado na obra infanto-juvenil O Menino Maluquinho do cartunista Ziraldo. O filme dirigido por Helvécio Ratton foi produzido pela companhia mineira Grupo Novo de Cinema e TV. Maluquinho (Samuel Costa), um menino travesso de classe média, adora brincar e pregar peças nos amigos, sofrendo bastante quando seus pais se separam. Mas aí aparece o Vovô Passarinho (Luiz Carlos Arutin), que o leva para umas férias na fazenda, onde vive agitadas aventuras e aprende lições valiosas sobre a estrada da vida.
Muitas cenas de Menino Maluquinho - O Filme foram filmadas na Rua Congonhas, no bairro Santo Antônio, Belo Horizonte, em volta de uma casa que é a residência do protagonista durante a produção.Outras cenas foram gravadas na cidade de Tiradentes, no interior de Minas Gerais.
Onde assistir: Globoplay.
O Auto da Compadecida (2000), de Guel Arraes
O Auto da Compadecida é outro clássico do cinema nacional. A comédia dramática tem direção de Guel Arraes e foi o longa brasileiro de maior bilheteria no ano 2000, levando mais de dois milhões de espectadores a assisti-lo. Baseado na peça de teatro de Ariano Suassuna, o filme conta as aventuras hilariantes dos nordestinos João Grilo (Matheus Natchergaele) e Chicó (Selton Mello). Ambos lutam pelo pão de cada dia e atravessam por vários episódios enganando a todos do pequeno vilarejo de Taperoá, no sertão da Paraíba. A salvação da dupla acontece com a aparição da Nossa Senhora (Fernanda Montenegro).
Durante o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, evento criado pelo Ministério da Cultura, a produção recebeu as premiações de Melhor Diretor, Melhor Roteiro, Melhor Lançamento e Melhor Ator. O Auto da Compadecida foi indicado também na categoria de Melhor Filme, mas perdeu o prêmio para Eu, Tu, Eles (2000).
Onde assistir: Globoplay e Amazon Prime Video.
Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles
Com 4 indicações ao Oscar nas categorias de Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição e Melhor Fotografia, Cidade de Deus foi um dos maiores fenômenos da história do cinema brasileiro. A adaptação dirigida por Fernando Meireles a partir do livro de mesmo nome escrito por Paulo Lins. Sob a ótica do protagonista-narrador Buscapé (Alexandre Rodrigues), o espectador é conduzido pelos becos e vielas da favela carioca, num contexto de ascensão do crime organizado. O protagonista pobre e negro encontra subsídios para não ser fisgado pela vida do crime.
A obra é enaltecida pela crítica especializada, que, em geral, enfatizou suas qualidades artísticas e estéticas. O longa representa o marco final no período de reflorescimento da produção cinematográfica brasileira, conhecido como "cinema da retomada".
Onde assistir: Globoplay, Netflix e Amazon Prime Video.
Tropa de Elite (2007), de José Padilha
Tropa de Elite, amplamente conhecido como Tropa de Elite - Missão Dada é Missão Cumprida, foi dirigido por José Padilha. A obra marcou época e gerou muita discussão. Será que o Capitão Nascimento (Wagner Moura) é herói ou vilão? As práticas de tortura por parte dos policiais também foram abordadas na trama, gerando questionamentos quanto a uma suposta transformação de tais personagens em heróis em virtude de suas atitudes frente aos criminosos ou à população pobre e aos moradores de favelas.
O filme recebeu o prêmio Urso de Ouro de melhor filme no Festival de Berlim 2008. Uma continuação, intitulada Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro, foi lançada no dia 8 de outubro de 2010.
Onde assistir: Globoplay, Netflix, Apple TV e Amazon Prime.
Minha Mãe É Uma Peça (2013), de André Pellenz
Minha Mãe É uma Peça é um longa-metragem de comédia brasileiro dirigido por André Pellenz, protagonizado por Paulo Gustavo foi o filme mais assistido nos cinemas brasileiros em 2013, levando mais de quatro milhões de espectadores a assisti-lo. Dona Hermínia (Paulo Gustavo) é uma dona de casa de meia idade, divorciada do marido (Herson Capri), que a trocou por uma mais jovem, Soraya (Ingrid Guimarães). Hiperativa, não larga o pé de seus filhos Marcelina (Mariana Xavier) e Juliano (Rodrigo Pandolfo), sem se dar conta que eles já estão bem grandinhos. Um dia, após descobrir que eles consideram ela uma chata, resolve sair de casa sem avisar para ninguém, deixando todos, de alguma forma, preocupados. Mal sabem eles que a matriarca foi visitar a querida tia Zélia (Sueli Franco) para desabafar com ela suas tristezas do presente e recordar os bons tempos do passado.
A produção arrecadou um total de R$ 45,8 milhões, contra R$ 44 milhões de De Pernas pro Ar 2 (2013), segundo filme nacional com maior bilheteria em 2013. Os dados são da consultoria Rentrak.
Onde assistir: Amazon Prime Video, Globoplay e Netflix.
Marighella (2019), de Wagner Moura
O filme, adaptado da biografia Marighella: O Guerrilheiro que Incendiou o Mundo de Mário Magalhães, é o primeiro de Wagner Moura como diretor e conta com Seu Jorge como protagonista. Neste filme biográfico, acompanhamos a história de Carlos Marighella, em 1969, um homem que não teve tempo pra ter medo. De um lado, uma violenta ditadura militar. Do outro, uma esquerda intimidada. Cercado por guerrilheiros 30 anos mais novos e dispostos a reagir, o líder revolucionário escolheu a ação. Marighella era político, escritor e guerrilheiro contra à ditadura militar brasileira.
Na estreia nos cinemas do Brasil tornou-se o filme nacional mais visto do ano. Vale destacar, que antes do lançamento, diversas fontes reportaram que robôs foram utilizados para sabotar a avaliação do filme no site IMDb. Marighella venceu sete categorias do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Foram elas: Melhor Longa-Metragem de Ficção, Melhor Primeira Direção, Melhor Ator, Melhor Figurino, Melhor Direção de Arte, Melhor Som, Melhor Direção de Fotografia e Melhor Roteiro Adaptado.
Onde assistir: Globoplay, Amazon Prime Video e Apple TV.
Bacurau (2019), de Kleber Mendonça Filho
Bacurau até chegou a gerar burburinho sobre uma possível indicação ao Oscar, mas não conseguiu tal feito. O filme tem direção de Kleber Mendonça Filho e já se tornou quase um clássico do cinema brasileiro em poucos anos. Num futuro próximo, Bacurau, um pequeno povoado localizado no oeste de Pernambuco, lamenta a perda de sua matriarca, Carmelita (Lia de Itamaracá), que viveu até os 94 anos. Dias depois, seus habitantes aos poucos percebem algo estranho acontecer na região: enquanto drones passeiam pelos céus, estrangeiros chegam pela primeira vez na cidade com planos de exterminar toda a população ali residente, carros são atingidos por tiros e cadáveres começam a aparecer. Teresa (Bárbara Colen), Domingas (Sônia Braga), Acácio (Thomas Aquino), Plínio (Wilson Rabelo), Lunga (Silvero Pereira) e outros habitantes chegam à conclusão de que estão sendo atacados. Resta identificar o inimigo e criar coletivamente um meio de defesa.
O vencedor do Prêmio do Júri de Melhor Filme no Festival de Cannes em 2019. A trama foi selecionada para mostras principais de festivais prestigiados mundialmente, como o Festival de Nova York (NYFF), Festival de Havana, Festival du Nouveau Cinéma de Montreal, Festival de Cinema de Munique, Festival de Cinema de Sitges e outros.
Onde assistir: Globoplay, Amazon Prime Video e Apple TV.
Marte Um (2022), de Gabriel Martins
Marte Um, primeiro longa do estado mineiro a ser indicado para representar o país no Oscar de Melhor Filme Internacional. A produção dirigida por Gabriel Martins acompanha a vida dos quatros membros de uma família periférica em Contagem, após a decepcionante posse de um presidente extremista de extrema-direita. Sendo uma família negra pobre de eles sentem a tensão de sua nova realidade. Tércia (Rejane Faria), a mãe, reinterpreta seu mundo depois que um encontro inesperado a deixa se perguntando se ela é amaldiçoada. Seu marido, Wellington (Carlos Francisco), coloca todas as suas esperanças na carreira de seu filho, Deivinho Cícero Lucas, que por pressão e querendo agradar o pai, segue as ambições dele, apesar de secretamente aspirar estudar astrofísica e colonizar Marte. Enquanto isso, a filha mais velha, Eunice (Camilla Damião), se apaixona por uma jovem de espírito livre e questiona se é hora de sair de casa.
A obra foi eleita Melhor Filme do Júri Popular do Festival de Gramado, além de vencer nas categorias Melhor Roteiro, Melhor Trilha Musical e Prêmio Especial do Júri.
Onde assistir: Amazon Prime Video, Globoplay e Apple TV.