Blueszonhas

DATA

  • 18/09/2019 à 18/09/2019
  • Hora início: 19:00

PREÇOS

  • INTEIRA:30,00

RELEASE RUBENS ESPÍNDOLA

 Jequitinhonha-bluesman

A seta sagitariana de "Blueszonhas", de Rubens Espindola, toca fundo na ferida da desumanidade, mas aponta curas. O violonista Rubens Espíndola, de Joaíma, baixo jequi, sempre navegou nas águas mais invisíveis do seu mítico rio. Seu Jequitinhonha conversa com aquela niet-filosofia que incomoda &ndash e faz perguntas que sangram &ndash, em onda crescente de ironia fina que lhe é própria. No seu texto poético pulsa a espiritualidade beatnik cujas delícias saltam de dentro da podridão, a exemplo de Charles Bukoviski.

A força do lamento-blues do violão refinado de Rubão (apelido carinhoso que lhe deram seus amigos) lembra a máxima do filósofo francês, que foi aluno de Gilles Deleuze, David Lapoujade: "O novo paradigma não virá do enfrentamento da força em si, mas da consciência da força de nossas próprias fraquezas"

"Blueszonhas" esgarça nossas fraquezas, numa longa viagem para dentro, mas vai entregando vários bilhetes de volta. E, tal qual conta o conto, desde que o mundo é mundo, o viajante que embarcou não é o mesmo do desembarque. Algo se rompe e se recompõe várias vezes, definitivamente, como o rio que corre pro mar: o-mesmo-não-mesmodiferente. Outras maneiras de existir, diria Lapoujade. Alegria, sombra, dor e canto expostos na mesma linha de intensidade no bistrô da concupiscência, mas que içam as velas para um voo leve nas asas do beija-flor, diz Espíndola.

"Blueszonhas" move placas tectônicas das mazelas da civilização humana para espantar. E espanto é a seiva da poesia de T. S. Elliot quando interroga: "O que tem de mim nas coisas que eu faço?". E espanto é o que a letra de "Memento mori" traz: "Eu sou um moinho movendo bagaços ou eu sou o monstro do Lago Ness?". E espantada é a afirmação: "Eu via o mundo de cabeça para baixo", da canção "No bolso nem arruela". "Blueszonhas" é pura filosofia e propõe um sonho antigo de Friedrich Nietzsche: aplicação na vida cotidiana para fins de humanidade. O disco tem concepção e direção artística do próprio Rubens Espíndola. A produção musical é de Guda Botelho e a ilustração da capa é de Tonny Filho, inspirada numa fotografia de Horácio Matos. O projeto gráfico é de Neilton Lima.

 Rubens Espíndola será acompanhado por Caio Duarte - percussão e Andreas Lima - guitarra.

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