Filarmônica de Minas Gerais recebe pianista tcheco Lukás Vondrácek

DATA

  • 31/08/2017 à 01/09/2017

LOCAL / INFO

PREÇOS

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FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS RECEBE PIANISTA LUKÁS VONDRÁCEK,

VENCEDOR DO ÚLTIMO CONCURSO RAINHA ELISABETH

 

 

Uma das grandes atrações da Temporada 2017, pianista tcheco interpreta Rachmaninov. Orquestra apresenta, ainda, Bruckner, Stravinsky e Richard Strauss

 

Nos dias 31 de agosto e 1º de setembro, a Filarmônica de Minas Gerais divide o palco com o pianista tcheco Lukás Vondrácek, vencedor do último Concurso Rainha Elisabeth, da Bélgica. Em sua estreia com a Filarmônica, o pianista encara o virtuosismo da Rapsódia sobre um tema de Paganini, de Rachmaninov. O maestro Marcos Arakaki e a Orquestra nos trazem, também, a Abertura em sol menor, de Bruckner a neoclássica Sinfonia em Dó, de Stravinsky, e o romantismo das valsas contidas em O cavaleiro do rosa, de Richard Strauss.

 

Na série de palestras sobre obras, compositores e solistas que a Filarmônica promove antes das apresentações, das 19h30 às 20h, o convidado é o Spalla associado da Filarmônica de Minas Gerais, Rommel Fernandes. As palestras são gravadas e ficam disponíveis no site da Orquestra, no menu Concertos Comentados.

 

Estes concertos são apresentados pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Itaú Personnalité. Já as palestras dos Concertos Comentados são apresentadas pelo Ministério da Cultura e Governo de Minas Gerais.

 

O repertório

 

Anton Bruckner (Ansfelden, Áustria, 1824 &ndash Viena, Áustria, 1896) e a obra Abertura em sol menor (1862/1863)

 

A vida e obra de Bruckner são todas guiadas pela fé, inquebrantável, devota, que é a sua fonte maior. Na sua linguagem, a herança de Beethoven e Schubert mistura-se à de Wagner, sem, no entanto, fazê-la perder a originalidade. Fato é que, com isso, Bruckner acaba sendo adotado pela modernidade, que o alça a uma espécie de lugar paradigmático. O autor da Abertura em sol menor é, no entanto, relativamente diverso do compositor das extensas nove sinfonias. Sintético, quase clássico, é ainda a um jovem artista que se ouve (a despeito dos seus trinta e oito anos), anterior à Primeira Sinfonia, cuja herança beethoveniana é inquestionável. Em Linz, estudando com Otto Kitzler, Bruckner compõe, em 1862, suas quatro primeiras obras orquestrais. A obra seguinte, composta entre 1862 e 1863, ainda sob a orientação de Kitzler, foi a justamente a Abertura em sol menor. Publicada e estreada somente em 1921, em Kolsterneuburg, Áustria, sob a batuta de Franz Moissl, a obra sofreu algumas alterações a partir de sua concepção, sempre orientadas por Kitzler.

 

 

 

 

Igor Stravinsky (Oranienbaum, atual Lomonosov, Rússia, 1882 &ndash Nova York, Estados Unidos, 1971) e a obra Sinfonia em Dó

 

Os primeiros esboços de Stravinsky do que viria a ser a Sinfonia em Dó foram anotados num caderno de hotel em Evanston, Illinois, em 3 de março de 1937, durante a terceira turnê do compositor pelos Estados Unidos. Ele os retoma no outono de 1938, em Paris, quando sua vida doméstica começa a desintegrar-se: a filha Ludmila e a esposa Catarina morrem, ambas vitimadas pela tuberculose. Stravinsky interna-se por cinco meses um uma clínica na Suíça, diante do Monte Branco, onde conclui os dois primeiros movimentos. No ano seguinte ele perde a mãe. Dos Alpes, escreve: &ldquoMinha casa, minha família está destruída &ndash já nada tenho a fazer em Paris...&rdquo E deixa a clínica na véspera da declaração de guerra. Na Alemanha, passara a ser tido por etnicamente judeu e artisticamente degenerado na França, a crítica já não lhe era favorável e, por toda a Europa, os concertos rareavam. Três semanas mais tarde, embarca para a quarta turnê norte-americana, que se inicia com um ciclo de palestras em Harvard. Em abril de 1940, Stravinsky completa a partitura, dedicada à Sinfônica de Chicago, que a estreia no dia 7 de novembro do mesmo ano. A Sinfonia em Dó parte da imagem da sinfonia clássica e paga tributo a suas formas e procedimentos, mas faz algo em essência diferente: dar prosseguimento aos métodos de Stravinsky num exercício de modelagem que toma uma ideia forte por ponto de partida de uma jornada criativa pessoal.

 

Sergei Rachmaninov (Oneg, Rússia, 1873 &ndash Beverly Hills, Estados Unidos, 1943) e a obra Rapsódia sobre um tema de Paganini, op. 43 (1934)

 

Aos artistas criadores e aos musicólogos, em sua grande maioria, o legado de Rachmaninov não causa entusiasmo ou desprezo. Por outro lado, aos intérpretes e ao público em geral, ele soa atraente, desafiador e comovente. Rachmaninov foi, antes de tudo, um pianista. Essa ligação visceral com o seu instrumento o faz adotar uma estética ultrarromântica, que leva a graus exponenciais o tratamento pianístico. À parte as pequenas peças para piano, nota-se isso sobretudo em seus concertos e na celebrada Rapsódia sobre um tema de Paganini. Escrita em 1934, foi estreada no mesmo ano em Baltimore, Estados Unidos, pela Orquestra da Filadélfia, sob a regência de Leopold Stokowski, tendo como solista o próprio compositor. Trata-se de uma obra concertante, para piano e orquestra, constituída de vinte e quatro variações sobre o tema do vigésimo quarto Capricho de Paganini (composto para violino solo). A figura mítica de Paganini, que ajudou a moldar a mentalidade romântica, transparece em suas criações, de grande dificuldade, cujo exemplo mais célebre são justamente os Caprichos. De alguns deles, Schumann e Liszt fizeram transcrições para piano, e Brahms elaborou, com o tema principal do último, duas séries de variações para piano. É nessa mesma tradição romântica que Rachmaninov compõe sua Rapsódia.

 

Richard Strauss (Munique, Alemanha, 1864 &ndash Garmisch-Partenkirchen, Alemanha, 1949) e a obra O cavaleiro da rosa, op. 59: Primeira sequência de valsas (1909/1910, revisão 1944)

 

O cavaleiro da rosa é um tributo de Richard Strauss a Mozart. A música é uma fusão do estilo refinado de Strauss com a leveza mozartiana, com espaço para vários momentos da encantadora valsa vienense. A ópera foi composta entre 1909 e 1910. A primeira apresentação se deu na Ópera de Dresden, no dia 26 de janeiro de 1911. O sucesso foi tão grande que, nos anos que se seguiram à estreia, ela era apresentada nos principais teatros da Europa e dos EUA para uma plateia cada vez mais apaixonada. Mais de um século depois, é possível ainda perceber que a paixão do público por esta ópera não parece diminuir em nada. As valsas não existem como peças isoladas na ópera, mas estão presentes em várias cenas. Em 1944, Strauss criou uma sequência de suas valsas favoritas. Por conter valsas dos atos I e II, esse agrupamento acabou levando o nome de Sequência de Valsas nº 1, embora ele já tivesse composto, em 1911, uma sequência de valsas extraídas dos atos II e III (agora renomeada Sequência de Valsas nº 2). Em ambas, o compositor reordenou a ordem de aparição das valsas, dando prioridade ao sentido musical. Uma vez que se trata de música instrumental, e o argumento teatral encontra-se ausente, o compositor sentiu-se livre para acomodar os diversos trechos musicais de acordo com sua fantasia. Nessas Sequências, a mestria orquestral de Strauss salta imediatamente aos ouvidos.

 

Lukás Vondrácek, piano

 

Musicalidade natural, autoconfiança, além de uma habilidade técnica notável, há muito marcam Lukás Vondrácek como um músico talentoso e maduro. O pianista fez sua primeira aparição pública aos quatro anos de idade. Em 2002, aos quinze anos, estreou profissionalmente com a Filarmônica Tcheca, sob a regência de Vladimir Ashkenazy. Entre os maestros conceituados com os quais já trabalhou estão Paavo Järvi, Gianandrea Noseda, Christoph Eschenbach e Vasily Petrenko. Seu trabalho se estende a vários conjuntos de renome, como as orquestras filarmônicas de Londres e de São Petersburgo as orquestras Philharmonia e Gulbenkian a Wiener Symphoniker, Deutsches Symphonie-Orchester Berlin, NDR, NHK e a Nacional de Washington. Lukás também apresentou-se em recitais no Wigmore Hall de Londres, Carnegie Hall de Nova York, Konzerthaus de Viena, Concertgebouw de Amsterdã, dentre outros. Em 2016, venceu um dos mais importantes concursos musicais do mundo, o Rainha Elisabeth da Bélgica. Sua primeira gravação comercial, um álbum solo pela Octavia Records, com obras de Mendelssohn, Liszt, Janácek e Dohnányi, foi lançado em 2004. O segundo, com peças de Haydn, Rachmaninov e Prokofiev, saiu em 2012, pela TwoPianists Records. O disco mais recente, com obras de Brahms, intitulado Im Gläsernen Schloss, foi lançado em 2013, sob o selo ORF.

 

Marcos Arakaki, regente

 

Marcos Arakaki é Regente Associado da Filarmônica de Minas Gerais e colabora com a Orquestra desde 2011. Sua trajetória artística é marcada por prêmios como o do 1º Concurso Nacional Eleazar de Carvalho para Jovens Regentes 2001 e o Prêmio Camargo Guarnieri 2009, ambos como primeiro colocado. Foi também semifinalista no 3º Concurso Internacional Eduardo Mata, realizado na Cidade do México em 2007.

 

Marcos Arakaki tem dirigido outras importantes orquestras tanto no Brasil como no exterior. Estão entre elas as orquestras sinfônicas Brasileira (OSB), do Estado de São Paulo (Osesp), do Teatro Nacional Claudio Santoro, do Paraná, de Campinas, do Espírito Santo, da Paraíba, da Universidade de São Paulo, a Filarmônica de Goiás, Petrobras Sinfônica, Orquestra Experimental de Repertório, orquestras de Câmara da Cidade de Curitiba e da Osesp, Camerata Fukuda, dentre outras. No exterior, dirigiu as orquestras Filarmônica de Buenos Aires, Sinfônica de Xalapa, Filarmônica da Universidade Autônoma do México, Kharkiv Philharmonic da Ucrânia e a Boshlav Martinu Philharmonic da República Tcheca.

 

Marcos Arakaki foi regente assistente da Orquestra Sinfônica Brasileira e regente titular da OSB Jovem e da Orquestra Sinfônica da Paraíba.

 

Natural de São Paulo, Marcos Arakaki é Bacharel em Música pela Universidade Estadual Paulista e Mestre em Regência Orquestral pela Universidade de Massachusetts, Estados Unidos. Recebeu orientações de David Zinman na American Academy of Conducting at Aspen e participou de masterclasses com os maestros Kurt Masur, Charles Dutoit e Sir Neville Marriner.

Nos últimos dez anos, Marcos Arakaki tem contribuído de forma decisiva para a formação de novas plateias, por meio de apresentações didáticas, bem como para a difusão da música de concertos através de turnês a mais de setenta cidades brasileiras. Atua, ainda, como coordenador pedagógico, professor e palestrante em diversos projetos culturais, instituições musicais, universidades e conservatórios de vários estados brasileiros.

Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

 

Belo Horizonte, 21 de fevereiro de 2008. Após meses de intenso trabalho, músicos e público viam um sonho tornar-se realidade com o primeiro concerto da primeira temporada da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. Criada pelo Governo do Estado e gerida pela sociedade civil, nasceu com o compromisso de ser uma orquestra de excelência, cujo planejamento envolve concertos de série, programas educacionais, circulação e produção de conteúdos para a disseminação do repertório sinfônico brasileiro e universal. Um dos mais bem-sucedidos programas continuados no campo da música erudita, tanto em Minas Gerais como no Brasil, reconhecida com prêmios culturais e de desenvolvimento econômico, em 2017 a Filarmônica está apresentando sua décima temporada e continua contando com a participação de grandes músicos para celebrar a Música e o respeito conquistado junto ao público.

 

 

 

SERVIÇO

 

Série Presto

31 de agosto &ndash 20h30

Sala Minas Gerais

 

Série Veloce

1º de setembro &ndash 20h30

Sala Minas Gerais

 

Marcos Arakaki, regente

Lukás Vondrácek, piano

 

BRUCKNER                   Abertura em sol menor

STRAVINSKY                 Sinfonia em Dó

RACHMANINOV          Rapsódia sobre um tema de Paganini

R. STRAUSS                  O cavaleiro do rosa, op. 59: Primeira sequência de valsas

 

 

Ingressos: R$ 40 (Balcão Palco e Coro), R$ 50 (Mezanino), R$ 62 (Balcão Lateral), R$ 85 (Plateia Central) e R$ 105 (Balcão Principal).

 

Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.

Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br

 

Funcionamento da bilheteria:

Sala Minas Gerais &ndash Rua Tenente Brito Melo, 1090 &ndash Bairro Barro Preto

De terça-feira a sexta-feira, das 12h às 21h.

Aos sábados, das 12h às 18h.

Em sábados de concerto, das 12h às 21h.

Em domingos de concerto, das 9h às 13h.

 

São aceitos cartões com as bandeiras Amex, Aura, Redecard, Diners, Elo, Hipercard, Mastercard, Redeshop, Visa e Visa Electron.

www.filarmonica.art.br/

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