Tradição e Futuro marcam Presépio da Casa Fiat de Cultura 2016

DATA

  • 08/11/2016 à 30/11/2016
  • Hora início: 14:00
  • Hora fim: 21:00

LOCAL / INFO

PREÇOS

  • Entrada Franca

TRADIÇÃO E FUTURO MARCAM

PRESÉPIO DA CASA FIAT DE CULTURA DE 2016

 Pelo segundo ano sob curadoria do artista plástico Leo Piló, presépio em tamanho natural, com alumínio e materiais reutilizados, é construído coletivamente pelos visitantes 

Após grande sucesso em 2015, o Natal de Belo Horizonte ganha, mais uma vez, o Presépio da Casa Fiat de Cultura, no Circuito Liberdade. Em tamanho natural e feito com materiais reutilizados, ele será criado sob curadoria do artista plástico Leo Piló, e com colaboração do próprio público, em ateliês abertos. Entre os dias 8 e 27 de novembro, de quarta a sábado, os visitantes da Casa Fiat de Cultura poderão participar gratuitamente das atividades que darão vida ao presépio. No dia 30 de novembro, o Presépio da Casa Fiat de Cultura, já concluído, estará em exposição para que os visitantes e o público participem de bate-papo com Leo Piló. A iniciativa pretende manter a tradição da Casa Fiat de Cultura, que criou o primeiro Presépio Colaborativo do Circuito Liberdade, apresentando, a cada ano, uma inovação no tema.

Quando o assunto é arte com sustentabilidade, um nome se destaca no cenário criativo de Minas Gerais: o artista plástico Leo Piló transita entre galerias internacionais e galpões de catadores de material reaproveitável, e assume essa criação junto aos visitantes, numa mistura de criatividade, arte e sustentabilidade, antecipando o clima natalino, que, em breve, tomará conta de toda a Praça da Liberdade. O artista destaca a importância de manter um costume tão tradicional quanto o presépio nos dias de hoje. &ldquoA história contada pelo presépio é maravilhosa e tem um significado que vai além de ser cristão. Ele fala da esperança do novo, de se renovar, e da chegada de uma nova pessoa. que pode transformar o mundo para melhor. É uma mensagem muito poderosa&rdquo, ressalta.

&ldquoPara a Casa Fiat de Cultura, a construção coletiva do presépio, sob a magistral curadoria de Léo Piló, é uma emoção sem tamanho. Em época tão significativa e solidária, temos o privilégio de receber pessoas de diversas idades, para, juntos, fazermos arte repleta de esperança&rdquo, ressalta José Eduardo de Lima Pereira, presidente da Casa Fiat.

Neste ano, uma das grandes novidades propostas pelo artista será o material a ser usado pelos participantes: se, antes, recorria-se, basicamente, ao papel, agora, ganha-se o aspecto metálico do alumínio. Com o novo material, a Casa Fiat de Cultura apresenta um presépio futurista, em que os personagens estarão inseridos numa espécie de espaço sideral metalizado. A versatilidade do alumínio, considerado nobre na reciclagem, pela perenidade e pelo não envelhecimento, inspirou o artista Leo Piló a criar um presépio igualmente rico, precioso e com todos os detalhes e texturas permitidos pela matéria-prima.

Na visão do artista, &ldquousar um material tão versátil, que permite tramas e texturas tão diversas, serve para nos ajudar a ressignificar as coisas e os objetos, a olhá-los de novo, e pôr à prova as possibilidades das coisas que usamos no dia a dia. Apreciar um presépio tão rico em detalhes pode inspirar as pessoas a ver sob outra perspectiva o resíduo que circula em nossa cidade.

Quanto ao aspecto da sustentabilidade, o reaproveitamento do alumínio tem caráter importante na sociedade, uma vez que é um metal 100% reaproveitável: em seu processo de reciclagem, são economizados 95% da energia necessária para produzi-lo da primeira vez. O alumínio pode ser reciclado inúmeras vezes, sem perder suas características no processo de reaproveitamento, ao contrário de outros materiais, como o papel. O metal pode ser obtido tanto a partir de sucatas geradas por produtos de vida útil esgotada, quanto por sobras de processos produtivos. Utensílios domésticos, latas de bebidas, esquadrias de janelas, componentes automotivos, dentre outros, podem ser fundidos e empregados novamente na fabricação de novos produtos. Hoje, a reciclagem de alumínio, no Brasil, funciona com altíssimos índices de eficácia, acima da média mundial, reciclando praticamente toda a sucata disponível.

O Presépio

O Presépio da Casa Fiat de Cultura chega a 2016 com temática futurista, reforçando seu caráter inovador. Releitura das tradições cristãs feita pelo artista e curador Leo Piló, o presépio é uma reconstrução de sentidos que instiga a imaginação dos visitantes. Os personagens que irão compor a cena são Nossa Senhora, São José, Menino Jesus, Três Reis Magos, o Pastor com suas ovelhas e o Galo, como o símbolo cristão que anuncia as boas novas. A versatilidade do alumínio permite, ainda, a criação de animais menores, como galinhas e pássaros, que podem conter detalhes nas penas e plumas. Todos os personagens têm estrutura feita em papelão, seguida por vestes e acabamentos confeccionados em alumínio.

Neste ano, o menino Jesus será apresentado em maiores dimensões, e em uma posição mais independente e livre, diferente da posição tradicional, em que fica deitado na manjedoura. Uma forma inovadora de recriar a figura, que está sendo confeccionada a partir de um manequim infantil dos anos 1950, que pertenceu a uma loja de roupas da Rua dos Caetés, no centro da cidade. Na nova posição, o curador propõe, na figura do menino Jesus, um contraponto entre a tradição e a modernidade, entre o futurista conferido pelo alumínio e o design tradicional do manequim, que servirá de base para o Menino, e confere um conceito de humanidade à figura, ao aproximar a escultura do público, tanto simbólica quanto afetivamente.

Nossa Senhora terá destaque nesta edição. A vestimenta de Maria, com inspiração renascentista, será confeccionada com muito esmero e riqueza de ornamentos, principalmente, no véu e nas mangas do vestido, que apresentarão flores e motivos vegetais inteiramente feitos com embalagens de produtos longa vida. Para Leo Piló, as mulheres estão tendo, atualmente, uma posição de protagonismo em várias discussões sociais, e Nossa Senhora, nesse sentido, representará momento tão importante. Segundo o artista, &ldquoé uma homenagem à luta das mulheres, ao feminismo e à importância da mulher no mundo. Além da força e da resiliência das mulheres, Maria representa uma mãe zelosa, uma figura feminina majestosa e acolhedora&rdquo, diz.

Os Três Reis Magos serão a grande novidade da cena. Representados por três astronautas, com trajes livremente inspirados pelos tripulantes da missão Apolo 11, que chegou à Lua em 1969, os personagens se diferenciarão uns dos outros pelas expressões faciais e pela variação de coloração no acabamento. Para Leo Piló, é uma inovação e uma ruptura representá-los dessa maneira, mas, ao mesmo tempo, trata-se de uma forma diferente de demonstrar que pessoas de épocas e origens diferentes saúdam a chegada do Menino Jesus. &ldquoComo artista, sinto-me como uma criança e tenho vontade de fazer as coisas que bem entendo. Sentindo essa liberdade, tento sempre mostrar um resultado interessante para as pessoas. O presépio representa, para mim, um sonho, um momento mágico, uma eterna afirmação do que é a criança e do que é a esperança&rdquo, diz. 

Além dos personagens, o presépio contará com oito árvores de Natal cuneiformes, em tamanhos que variam de 75 centímetros a 3 metros de altura, feitas a partir de vidro moído e cobertas por adornos em alumínio que formam oito diferentes texturas. Segundo Leo, as árvores feitas em vidro moído são tradição em cidades do interior do estado, e, tradicionalmente, a árvore é interpretada como referência à vida, ao nascimento e ao renascimento.  &ldquoAlém de ser um símbolo muito forte do Natal, as oito árvores servirão para criar um ambiente para os personagens do presépio. Como vamos sugerir a atmosfera de espaço sideral, quero que a família fique mais solta na cena, ao invés de ficar dentro de alguma construção, como o estábulo, um casebre ou uma gruta&rdquo.

Oficinas no ateliê aberto

De quarta a sábado, a galeria da Casa Fiat de Cultura se transforma em um ateliê aberto, em que o artista, com suporte da equipe de educadores da Casa Fiat de Cultura, e o público participante se juntam para dar início à produção dos personagens e à cenografia do Presépio. Os interessados colocarão &ldquoa mão na massa&rdquo de quarta a sexta-feira, das 14h às 17h, e das 17h30 às 20h30.  Aos sábados e feriados, as crianças e adolescentes entram em cena para participar do ateliê das 10h às 12h, das 13h às 15h e das 16h às 18h, juntamente ao público de todas as idades. No dia 30 de novembro, o Presépio da Casa Fiat de Cultura, já concluído, estará em exposição para os visitantes e o público poderá participar de um bate-papo com Leo Piló. Não é necessário se inscrever para as atividades do Ateliê. A participação é gratuita, limitada a 20 participantes. Cada visitante pode participar pelo tempo que preferir e deixar sua marca no Natal da capital mineira. 

Durante a primeira semana de oficinas, nos dias 8, 9, 10 e 11 de novembro, os participantes do ateliê aberto irão realizar a montagem dos suportes de cada personagem do presépio e desenvolver texturas para as Árvores de Natal que serão distribuídas para composição do cenário. Nos dias 16 a 18 e 22 a 25 de novembro, os personagens ganham vestimentas e adereços e avançam os trabalhos com as árvores. O trabalho do ateliê segue de forma colaborativa e todos se envolvem nas diversas partes do processo. A quarta semana é a fase final de confecção, com a prova da montagem do Presépio. Nos dias 28, 29 e 30 de novembro, não haverá oficinas para o público, já que artista Leo Piló fará os últimos acertos, pesquisas e revisões do trabalho.

 

Entre os materiais a serem reutilizados, estão o alumínio de embalagens de produtos longa vida, papelão, plástico, plásticos laminados, cola, vidro moído e tecido. Todos os materiais foram retirados da Ilha Ecológica da fábrica da Fiat em Betim, da Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável (Asmare) e de coletas realizadas pelo próprio artista em conjunto com vizinhos do Ateliê Leo Piló.

A tradição do presépio

Os presépios são tidos como uma das mais antigas tradições do Natal. O termo se refere ao local de nascimento do menino Jesus e vem do latim praesaepe, ou seja, berço, manjedoura, mas também um cercado, antes do estábulo, onde se mantém ovinos e caprinos. Segundo a Bíblia, depois de muito tempo à procura de um lugar para se abrigar, devido à fuga da Galileia, José e Maria tiveram que pernoitar numa gruta, ou cabana, nas imediações de Belém. Maria, então, deu à luz Jesus, em uma manjedoura destinada a animais. Os pastores da região, avisados por um anjo, e, posteriormente, pelos três Reis Magos, guiados até a gruta pela Estrela de Belém, reconheceram o menino como O Salvador.

A tradição do presépio surgiu com São Francisco de Assis, na cidade italiana de Greccio, no ano de 1223. No lugar da tradicional celebração do Natal na igreja, São Francisco, tentando relembrar a simplicidade e as dificuldades enfrentadas na ocasião do nascimento do Menino Jesus, montou o cenário na gruta de uma floresta na região, com os personagens bíblicos esculpidos em argila, a manjedoura e os animais vivos, para explicar às pessoas menos instruídas o significado e como foi o nascimento do menino Jesus. A iniciativa agradou os moradores da região e, rapidamente, a ideia se espalhou por outras partes da Europa e, mais tarde, pelo mundo, inclusive, para o Brasil. Já no século XVIII, o costume italiano de manter o presépio nas salas dos lares, com figuras de barro ou madeira, estava completamente inserido nas tradições natalinas. 

O artista Leo Piló

Mineiro de Belo Horizonte, Léo Piló é um artista inquieto, criativo, simples e dinâmico. Apresenta trabalhos inusitados, feitos de materiais não convencionais, treinando os olhares para novas possibilidades de construção &ndash que revise atitudes e métodos de redução, reciclagem e reutilização &ndash e meios de sustentabilidade. Sempre compartilhando as técnicas desenvolvidas por meio do aprendizado, o artista procura criar um elo entre arte e natureza, promovendo metodologia de reutilização de resíduos urbanos e gerando novas possibilidades inseridas na realidade atual, em termos de cultura, arte, educação, recursos econômicos e outros benefícios.

Durante quase 15 anos, o artista trabalhou na associação ASMARE e ministrou várias oficinas de cenografia, costura, novas possibilidades, papelaria e marcenaria. Um dos grandes destaques de sua carreira foi a exposição Lixoarte, que tinha como objetivo criar, com materiais recicláveis, móveis e objetos para mobiliar uma casa. Em 2014, Leo Piló criou instalações para a exposição &ldquoRecosturando Portinari na Casa Fiat de Cultura, por Ronaldo Fraga&rdquo, e, em 2015, foi o curador do primeiro Presépio da Casa Fiat de Cultura na Praça da Liberdade.

Ilha Ecológica da Fiat

A Fiat foi a primeira fábrica do setor automotivo do país a destinar 100% dos resíduos que gera para a reciclagem e o reuso como resultado do projeto &ldquoAterro Zero&rdquo. Os resíduos descartados vão para a Ilha Ecológica, dentro da fábrica em Betim, onde os materiais têm destino certo. Cerca de 100 trabalhadores fazem a triagem e o armazenamento dos resíduos, até o envio para a reciclagem e a reutilização. 

Um diferencial da Ilha Ecológica é a usina de reciclagem de isopor. A tecnologia, criada pela Fiat, reduz 50 vezes o volume do material. O isopor se transforma em pequenos grãos de plástico, que, enviados a uma empresa de reciclagem, são matéria-prima para fabricação de canetas e capas de CDs. Se o isopor reciclado nos últimos cinco anos fosse disposto em fila, ocuparia o percurso entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo.

Da Ilha Ecológica também sai a matéria-prima para a Cooperárvore, cooperativa de moda sustentável que faz parte da plataforma Árvore da Vida, projeto social da empresa sediado no Jardim Teresópolis. Desde 2006, 24 toneladas de cinto de segurança e tecido automotivo transformaram-se em fonte de renda para a cooperativa na criação de bolsas e outros acessórios.

Arte sustentável

A história mostra que sempre houve correlação entre a arte e o universo que a cerca, refletindo hábitos, valores, significados e ideais dos sujeitos de cada época. Nesse sentido, as interações entre os mundos da arte e da sustentabilidade constituem uma tendência da contemporaneidade, tendo em vista o desperdício e o descarte de bens duráveis e efêmeros, incentivados pela cultura do consumo, tendo como resultado diversos problemas ligados ao acúmulo de lixo nos grandes centros urbanos. Surge, então, a busca por estruturas estéticas que correspondam à expansão das reflexões sobre as transformações sofridas pelo meio ambiente e estimuladas pelo consumo acelerado. Desse modo, os problemas ambientais passam a ser tema e fonte de inspiração para artistas plásticos. Esses profissionais estão aderindo, cada vez mais, à criação sustentável. Muitas vezes, a mudança é tão grande que os produtos finais não se parecem nada com material reciclado.

Casa Fiat de Cultura

Há 10 anos, a Casa Fiat de Cultura cumpre importante papel na transformação do cenário cultural mineiro, ao apresentar, em Belo Horizonte, 28 importantes exposições, de renomados artistas brasileiros e internacionais. A grande arte de Caravaggio, Chagall, De Chirico, Rodin, Tarsila do Amaral e outros pôde ser apreciada e discutida de forma gratuita ao longo dos anos, por todos os públicos, de todas as idades e classes sociais. Sempre com mostras inéditas, a instituição desenvolve um Programa Educativo que é peça fundamental nesse trabalho de valorização e de ampliação do conhecimento proporcionado a seu público. Para cada exposição, são idealizados conceitos e temáticas a serem trabalhados em atividades educativas, em um modelo de Ateliê Aberto, que proporciona aos visitantes um espaço de experimentação livre e de participação nos processos do fazer criativo. Cerca de 1,8 milhão de pessoas já visitaram a Casa Fiat de Cultura e mais de 300 mil pessoas participaram das atividades educativas. Para cada público, uma abordagem especial é adotada, com o intuito de encantar e transformar, de maneira positiva, o imaginário de cada visitante. É com esse espírito de envolvimento e inclusão que a Casa Fiat de Cultura se tornou referência no Brasil, por meio da arte e da cultura, ao proporcionar experiências memoráveis ao público. 

SERVIÇO

Presépio da Casa Fiat de Cultura &ndash Ateliê Aberto

Com curadoria de Leo Piló

 

Oficina aberta ao público

Quarta a sexta, das 14h às 17h e das 17h30 às 20h30 (para maiores de 12 anos)

Sábados e feriados, das 10h às 12h, das 13h às 15h e das 16h às 18h (para crianças e adultos)

 

Abertura do Presépio para visitação: 30 de novembro

De terça a sexta, das 10h às 21h

Sábado, domingo e feriados, das 10h às 18h.

 

Informações:

(31) 3289-8900

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